One Day At A Time – Crítica (2ª temporada)
Ficha técnica: One Day At A Time
Criação: Gloria Calderon Kellett e Mike Royce
Elenco: Rita Moreno, Justina Machado, Isabella Gomez e Marcel Ruiz
Nacionalidade e Lançamento: Estados Unidos, 2017me
Sinopse: One Day At A Time é uma sitcom que mostra a vida de uma família cubana vivendo nos Estados Unidos e narra as diferenças de 3 gerações, mostrando os conflitos e os laços da família Alvarez.
O segundo ano da sitcom chegou e assim como o anterior, já está fazendo um sucesso enorme. One Day At A Time é mais um revival que deu certo e uma das melhores comédias da atualidade, sendo também uma das mais importantes. Porque? Porque assim como as séries clássicas que nós tanto amamos um dia, One Day vem cheia de lições de vidas e personagens carismáticos; além de tratar de questões sociais e crises existenciais de um jeito que não ofende ninguém.
A série mistura como ninguém o jeito americano de se viver em contraste com o jeito cubano dos personagens que jamais vão negar suas origens, apesar de viverem nos Estados Unidos. O segundo ano chega cheio de criticas ao governo trampo e o momento racista e xenofóbico que o mundo anda vivendo e o seriado usa Alex, o filho mais novo da matriarca Penélope, para a gravidade de um presidente ser tão xenofóbico quando seu povo e o garoto chega um dia da escola, após brigar com alguém que o mandou voltar de volta ao México, falando que os xingamentos racistas em cima dele só aumentaram.
A partir dai a família reflete não só no primeiro episódio como as coisas estão diferentes e mais perigosas e como seria se Trump tivesse perdido a eleição.
Penelope e a depressão
O segundo ano foca bem mais na depressão de Penelope, que chega a se assustar após ficar somente um dia sem ir a terapia e tomar seus remédios para ansiedade. A enfermeira começou a desenvolver a doença enquanto servia ao exercito e queria dar um tempo na medicação já que Abuelita, sua mãe, sempre se mostrou preconceituosa em relação a isso.
A veterana, então, sofre após ficar um dia inteiro na cama e até grava no celular um pedido de ajuda, em uma das cenas mais emocionantes do seriado. Após uma cena intensa com Lydia finalmente entendendo e aceitando que sua filha não sofre de ”frescura” , a avó mais amada da TV no momento chega a um consenso e sua filha volta a combater a depressão do melhor jeito que ela consegue.
Deu pra sentir que essa temporada foi mais focada em Penélope e os dramas de uma mulher cubana de meia-idade que ainda tenta se encontrar no mundo. A enfermeira ainda ganha um interesse amoroso nessa temporada que tem um desfecho meio triste, mas provavelmente teremos boas surpresas na próxima temporada, já confirmada pela Netflix.
Elena e sua primeira namorada.
No primeiro ano do seriado, a filha mais velha de Penelope se assume lésbica e perde o contato com o pai, que não aceita sua filha ser quem ela é, mas na segunda temporada deu pra perceber que os roteiristas pegaram mais leve na história de Elena. A personagem continua nerd e ativista como nunca, sempre desafiando sua avó e mantendo suas opiniões, mas o que mais vimos esse ano foi a garota tendo várias ”crushs” e finalmente ganhando uma namoradinha, indo até o baile da escola com ela.
A carga dramática da personagem chega mais ao fim quando o ex-marido de Penelope volta a aparecer na série e Elena dá uma lição de moral merecida no preconceituoso pai.
Outro momento lindo do seriado é quando todos os personagens acham que estão prestes a perder Abuelita e a carga emocional da série vai as alturas. Rita Moreno está sensacional no seriado como a espevitada mãe de Lydia, e foi estranho ver a personagem sofrer um acidente e ter que ficar tão quietinha enquanto os outros interagiam com ela, entretanto, o espectador com certeza vai considerar essa cena um dos melhores momentos da família Alvarez, com certeza.
Para concluir, One Day At A Time é a comédia mais necessária do momento, utilizando aqueles elementos antigos de sitcom (risadas, uma claquete) para nos trazer assuntos novos que precisam e devem ser debatidos e nos mostrar que até mesmo as pessoas mais teimosas conseguem ter suas atitudes mudadas, desde que tudo seja na base da conversa. A história envolve, diverte e emociona na mesma medida e a Netflix, nada boba, já confirmou que o terceiro ano dos nossos cubanos favoritos é certo.