Crítica: Anatomy of a Love Seen - Cinem(ação)
Anatomy Seen
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Crítica: Anatomy of a Love Seen

Anatomy of a Love Seen, mas a anatomia tem muitos problemas.

Ficha técnica:
Direção: Marina Rice Bader
Roteiro: Marina Rice Bader
Elenco: Sharon Hinnedael, Jill Evyn, Marina Rice Bader, Constance Brenneman
Nacionalidade e lançamento: EUA, 2014

O catálogo LGBT da Netflix não é dos mais extensos, porém, vez ou outra, a gente pode encontrar algo que vale desprender um pouco do tempo para assistir. Esse é o caso de Anatomy of a Love Seen, título que não foi traduzido para o português dentro do catálogo da plataforma.

Pensando bem, faz sentido o título não ser traduzido. A expressão em inglês perderia muito de seu sentido na tradução e não pode ser lida ao pé da letra. Fazendo uma tentativa, seria algo como “anatomia de uma vista de amor”, mas seen (vista) no título é só um homônimo homófono (palavra com pronúncia igual, mas grafia e sentido diferente) de scene (cena).

Voltando ao filme, o Anatomy of a Love Seen é leve, rápido e envolvente, apesar de se tratar de um caso tórrido de amor. O drama da trama acontece nos bastidores de filmagem de um filme e segue o clichê da vida imitando a arte, mas só até o take 2.

Se pensamos em envolvimento de atores, é algo que não é estranho. Quantas vezes já não assistimos a um filme e tempos depois os problemáticos tabloides estão estampando novos casais que se formaram durante as filmagens, não é mesmo? O Anatomy of a Love Seen mostra a química e a anatomia de um relacionamento que surge e termina durante filmagens de um filme. As duas atrizes se apaixonam e vivem sem romance, mas não tem seu final feliz. Não tem sequer um final, se analisarmos bem.

Tudo fica em aberto…. Talvez os términos sejam assim mesmo, existe um ponto final, mas ele sempre é abstrato.

Explorando o amor em muitas formas, o ritmo do filme não é aquele efervescente que sempre vemos em Hollywood. Um pouco mais lento, o filme mostra diversos lados de uma história e chega bem próximo do que pode ser o real.

Os diálogos do filme foram, em grande parte, improvisados, o que dá ainda mais a sensação de realidade e espontaneidade. Não é nenhum espanto se, em diversos momentos, você se enxergar na tela. A química, o envolvimento da trama e a improvisação traz algo a mais e nos deixa com essa sensação de “Eu to vendo minha vida na tela.”

Como diversos outros filmes de temática lésbica, o Anatomy of a Love Seen esbarra no roteiro fraco. Compromete um pouco o filme, mas a dinâmica dele compensa.

Aliás, essa problemática de roteiros LGBT é algo que quero debater há muito tempo, se alguém quiser deixar uma sugestão ou provocação nos comentários, seria muito legal!

Apesar do roteiro, o filme mostra uma visão sobre a natureza do amor e também que as histórias de amor não precisam ser extensas, adramalhadas e conturbadas. Até por que, na vida real não temos outra opção a não enfrentar os corações que partimos e partidos.

Como é que um relacionamento não funciona mesmo quando as duas se amam profundamente?

Ação!

 

 

 

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