I Am A Hero – Adaptação do mangá sobre apocalipse zumbi
I Am a Hero é o mangá de Kengo Hanazawa, sobre apocalipse zumbi, publicado em 2009, venceu vários prêmios e ganhou popularidade no mundo. Em 2016, a Dark Horse Comics adquiriu os direitos, mesmo ano que a adaptação estreou no cinema. Dirigida por Shinsuke Sato, o mesmo de GANTZ e Death Note: Light Up the New World, a certeza de ter muito sangue na tela e cenas de ação de tirar o fôlego é certa.
A história conta sobre um apocalipse zumbi, que começou com uma doença transmitida por vírus, ZQN, e se espalhou pelo Japão, tudo na visão do tímido e comum assistente de desenhista, Hideo Suzuki. O personagem encontra-se aprisionado na rotina de tentar se tornar um dos aclamados autores/ilustradores de mangá em seu país, mas todas as tentativas são um fracasso. A única coisa que Hideo mais valorizava em sua vida era uma arma, que mantinha em um cofre, já que segundo a lei, não era permitido o uso.
É possível acompanhar a acensão da doença pelos noticiários e detalhes nas primeiras cenas, porém tudo fica claro quando o desenhista chega em casa e a namorada já havia se transformado em zumbi. Então, podemos observar a diferença desta obra. Os zumbis são mais parecidos com animais, eles correm e perdem o controle do corpo para conseguir alcançar a presa. Claro que sem muito raciocínio, mas ao longo da história percebemos que alguns tem um pouco de estratégia na hora de encurralar a caça, no caso, o ser humano vivo mesmo.
A única salvação do personagem e sua acompanhante, Hayakari Hiromi, que chega na história como estudante indefesa e acaba como arma secreta, é correr para o monte Fuji, já que segundo os últimos segundos de bateria do celular, o que causou a doença não sobrevivia as alturas.
Outra parte importante que pode ser comparada a The Walking Dead é a crítica social sobre viver em grupo e tirania. Sim, temos um tirano nessa história, com direito a se mostrar bonzinho no começo e, depois, querer matar a todos. Mais que isso já seria spoiler.
O que seriam dos filmes de zumbi hoje em dia sem duas coisas importantes que também são destaques neste longa. Uma é a crítica fervorosa à sociedade, como em Madrugada dos Mortos (2004), de Zack Snyder. Tanto nas cenas que discutem a humanidade de quem foi infectado, por meio da visão de Hideo que não consegue matar os monstros, quanto em uma cena que o personagem acha caro uma jaqueta, daí o valor de consumo imposto por uma sociedade que já está falida pelo apocalipse. Outra característica é o humor negro latente, como acontece com outro clássico do gênero, Zumbilândia (2009), de Ruben Fleischer.
Como todo filme de zumbi atual, referência é o que não falta, mas a maquiagem desta adaptação é excepcional e rende diversos sustos inesperados. O que não podemos desvincular da especialidade japonesa em fazer figuras assustadoras que andam e contorcem o corpo.
https://www.youtube.com/watch?v=gCgkuL40ofg&t=14s