9 Mulheres que Arrebentaram nos Cinemas em 2017
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9 mulheres que arrebentaram no cinema em 2017

Estamos chegando à mais um final de ano, e como sempre, é época de fazermos aquelas famigeradas lista de destaques. Mas não quero (pelo menos neste artigo) fazer um TOP filmes e sim listar algumas mulheres que simplesmente detonaram no cinema, tanto nas telas quanto nos bastidores. Então vamos à lista!

 

1 – Juliana Rojas

Não poderíamos começar de outra maneira que não falando de cinema nacional feito por mulher, e em 2017, Juliana Rojas se destacou sem sequer ter lançado seu filme “As Boas Maneiras” comercialmente. O filme foi exibido no Festival do Rio e levou 3 prêmios: melhor longa de ficção, melhor atriz coadjuvante (Marjorie Estiano) e melhor fotografia. Codirigido por Marco Dutra, em “As Boas Maneiras” Ana contrata Clara, uma solitária enfermeira moradora da periferia de São Paulo, para ser babá de seu filho ainda não nascido. Conforme a gravidez vai avançando, Ana começa a apresentar comportamentos cada vez mais estranhos. O filme foi um sucesso absoluto tanto no Festival do Rio quanto na Mostra de São Paulo, onde teve seus ingressos esgotados em poucos minutos.

 

2 – Lúcia e Júlia Murat

Lúcia Murat e Júlia Murat já são destaques no cinema nacional há um bom tempo, mas em 2017 elas brilharam como poucos. A começar por Lúcia, que no Festival do Rio levou o prêmio de melhor direção pelo excelente filme “Praça, Paris” onde a diretora alcança o ápice do seu talento como cineasta. Já sua filha Júlia, lança “Pendular”, trabalho artístico que vem recebendo elogios em diversos festivais e vencendo prêmios como em FIPRESCI no Festival de Berlim e no Festival Internacional de Cinema do Uruguai, se consolidando como uma obra de arte após sua estreia. Não satisfeita, Júlia ainda lança na Mostra de São Paulo seu novo trabalho, “Operações de Garantia da Lei e Ordem”, documentário sobre a relação entre a representação e o representado, a narrativa e o fato, a imagem e o acontecimento a partir da relação entre a mídia e as manifestações que ocorreram no Brasil no período de junho de 2013 a julho de 2014. Se quiser conhecer mais sobre Júlia e Lúcia Murat, eu e meu colegas do Plano-Sequência dedicamos um mês a analisar, entrevistar e estudar o cinema de ambas. Vale conferir.

Lúcia Murat e elenco durante o Festival do Rio

3 – Leandra Leal

Vamos continuar falando de cinema nacional, agora sobre Leandra Leal, que além de sua presença marcante nas redes sociais com opiniões bem engajadas, a atriz brilhou no filme “Bingo – O Rei das Manhãs” sendo um grande destaque no filme. Mas ela não parou por ai. Leandra Leal mergulha no universo trans com o documentário musical “Divas Divinas”. O filme foi um sucesso de críticas sendo marco na carreira que atriz que estreia como diretora. Com certeza aguardaremos com ansiedade seu próximo trabalho.

 

4 – Danielle Macdonald (Patti Cake$)

Poucos filmes me encantaram tanto esse ano quanto “Patti Cake$”. O filme é uma mistura de “8 Miles” com “A Pequena Miss Sunshine”. Temos aqui uma esperançosa história de superação de uma jovem branca (Patti) que tenta ser uma artista de Rap, mas o preconceito da maioria à sua volta se torna um empecilho gigante para o seu sonho. O que a atriz Danielle Macdonald faz aqui é retratar uma jovem resolvida com seu corpo, mas que sente a dor emocional dos golpes impostos por pessoas que a ofende por ser gorda e a subestima por ser mulher. Patti precisa lutar contra uma indústria de músicas machistas (quando não, misóginas) que vêm a mulheres apenas como adereços para seus videoclipes. Além disso, precisa lidar com o alcoolismo de sua mãe e o abuso moral de seu empregador e clientes do bar onde trabalha. Filmaço!

 

5 – Patti Jeakins

Essa é bem óbvia, afinal, Patti Jeakins quebrou diversas barreiras como seu trabalho em “Mulher Maravilha” que além de um bom filme, é uma poderosa mensagem de libertação para mulheres que lutam por espaços iguais. O filme chegou sem pedir licença e conseguiu sucesso de crítica, de público e de bilheteria, mostrando que filmes de super-heroínas são tão comerciais quanto qualquer filme de homens fantasiados. Esse filme finalmente alça a carreira de Patti Jeakins ao lugar onde já deveria estar há anos – no lugar de grandes cineastas mundiais.

Patty Jeakins durante filmagens de “Mulher Maravilha”

 

6 – Kathryn Bigelow

Ainda falando de diretoras em Hollywood, Kathryn Bigelow já teve um caminho um pouco diferente de Patti Jeakins, mas menos dificultoso. A diretora foi a primeira mulher a receber o Oscar de melhor direção no ano de 2010 com o filme “Guerra ao Terror” sendo inclusive nomeada uma das pessoas mais influentes do ano pela revista Time no mesmo ano. Mas engana-se quem pensa que esse sucesso lhe renderia grandes contratos em Hollywood. Depois de 2012 com o filme “A Hora Mais Escura”, Kathryn só dirigiria um longa metragem 5 anos depois com “Detroit em Rebelião”, filme que narra eventos reais ocorridos em Detroit em 1967 onde uma operação policial sem planejamento origina uma rebelião civil, gerando uma devastadora revolta popular que toma conta da cidade ao longo de cinco dias. Apesar de ter uma mão excessivamente pesada na condução das cenas, Bigelow mantem uma assinatura na sua direção realizando uma obra potente e bastante elogiada.

 

7 – Gal Gadot

Essa é facilmente identificável em qualquer lista de destaques (femininos ou não), afinal, Gal Gadot de atriz pouco conhecida passou a ser um marco na história do cinema como a primeira atriz a interpretar uma super-heroína em um grande filme solo (sim, estou ignorando “Elektra”, “Mulher-Gato”, e “Aeon Flux”). Talvez seja até difícil desvincular a atriz da personagem, mas Gal Gadot, junto com a diretor Patti Jeakins são o retrato da Mulher-Maravilha. São mulheres que conseguiram se destacar em mundo dominado (até então) por homens. A atriz que já tem contrato renovado para mais um filme na pele da heroína, hoje detêm poder inclusive para expulsar do projeto, figurões envolvidos em casos de abuso. E por falar em casos de abusos…

 

8 – Mulheres caso Weinstein, Ratner e Spacey (Cara Delevingne, Lea Seydoux, Gwyneth Paltrow, Angelina Jolie, Ashley Judd, Rose McGowan, Heather Graham, Zoe Brock, Asia Argento, Lucia Stoller, Mira Sorvino, Louisette Geiss, Roseanna Arquette, Alice Evans, Lysette Anthony)

Não teria como, e nem por que, falar de mulher que arrebentaram no cinema sem destacar as “Silence Breakers” (Aquelas e aqueles que quebraram o silêncio), eleitas pela revista Time, a personalidade do ano. Tratam-se de homens e mulheres que se manifestaram acerca de abusos sofridos por Harvey Weinstein, Brad Ratner, Kevin Spacey dentre outros. Esse movimento levou milhares de mulheres do cinema, do esporte e dos negócios a quebrarem o silêncio e denunciarem assediadores e abusadores no mundo todo. Vivemos um caminho sem volta onde mulheres do mundo inteiro compartilham a hashtag #metoo (eu também) para denunciar casos de assédio. Se você que está lendo esse artigo sabe de alguém que seja um abusador ou um assediador, denuncie. Se você é um abusador ou um assediador, fique esperto – seu dia está chegando!

Aqueles que quebraram o silêncio em casos de abuso e assédio em Hollywood

 

9 – Lais Bodanzky

Voltemos para o cinema nacional. Em 2017 Lais Bodansky lança seu filme “Como Nossos Pais” que recebeu nada mais nada menos do que seis Kikitos no Festival de Gramado, entre eles melhor filme, direção, ator e atriz, além de atriz coadjuvante. O filme é uma reflexão acerca do papel da mulher em uma sociedade que espera dela, ser uma super-heroína. O filme expõe com muita sensibilidade os dilemas vividos por milhões de mulheres brasileiras que se dividem entre ser mãe, esposa e profissional, sendo duramente cobrada em todas funções. É o retrato da mulher moderna que busca equilibrar seus desejos mais íntimos com a exigências que a sociedade lhe impõe. Filmaço!

 

Menções honrosas.

Maren Ade, diretora de “Toni Erdmann” que fez um trabalho brilhante no filme que verdadeiramente mereceria o Oscar 2017 de melhor filme estrangeiro. Um filme poderoso e muito reflexivo sobre uma relação de pai e filha que parecem vindos de planetas diferentes.

 

Iildiko Enyedi, diretora de “Corpo e Alma” que provavelmente será o representante húngaro no Oscar 2018. Filme doce, sensível e muito comovente, que fala sobre uma paixão muito improvável entre uma jovem com síndrome de asperger e um homem mais velho com deficiência física.

 

Muitas outras mulheres fantásticas ficaram de fora dessa lista, mas ela não é nem nunca será definitiva. Comente aqui embaixo outras mulheres que se destacaram no ano de 2017, e fiquem de olho nas mulheres que arrebentarão em 2018!

 

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