Segue o baile: In the great tradition of Paris Is Burning - Cinem(ação)
Paris is Burning 1991
Artigo

Segue o baile: In the great tradition of Paris Is Burning

Para qualquer fã de RuPaul’s Drag Race, as referências de Paris is Burning não são estranhas, afinal, o filme é um dos documentários mais icônicos da década de 90 e possui sua influência até hoje. Como? As personas, a arte, a beleza, a crueza e, por que não, a melancolia de alguns momentos.

O filme Paris Is Bruning, de 1991, não é atrativo apenas para pessoas que pertencem à comunidade LGBT, mas também a qualquer pessoa que esteja inserida na cultura pop. Paris is Burning serve como um verdadeiro marco do que tinha acontecido até ali e do que viria a acontecer depois.

Talvez o filme seja um dos documentários mais controversos já lançados, afinal trazer às telas um monte de homens gays, Drag Queens, travestis e mulheres transexuais em plenos anos 90, não é uma tarefa fácil, mas ainda bem que ela existiu! Ao todo, foram 7 anos de filmagem, acompanhando a história de personas envolventes e intrigantes, junto com seus papéis dentro da cena dos Balls que aconteciam na década de 80. Muito da cultura LGBT surgiu ali, com as categorias, os prêmios, as casas e o VOGUE!

Talvez, de todos os costumes e culturas que surgiram nos bailes, o vogue, ou voguing, seja o mais disseminado, utilizado pela Madonna em toda a concepção coreográfica da Blonde Ambition World Tour (1990), com sua coreografia e corpo de baile inspirados na Casa Xtravaganza, uma das mais influentes de Nova York, mas talvez isso seja história para um boteco ou outro post que não tem nada relacionado ao cinema…

Shade! Read! Shanté, Category is, Strike a Pose, Fierce, Mother…. 

Grande parte da cultura pop surgiu do que é retratado na tela por Paris is Burning. Permeando na área de documentários verdadeiros e crus, o filme mostra como os Balls, ou bailes, era o único lugar onde aquelas pessoas marginalizadas estavam em casa. Um oásis em meio a um mundo de não aceitação, violência e não pertencimento. Paris is Burning mostra a importância de se pertencer a algo, de ter um sistema de suporte, de existir resistindo e de achar sua própria felicidade e sonho em meio a todas as suas vulnerabilidades enquanto membros de um gueto.

 

Paris Is Burning 1991

 

Paris Is Burning, 1991

Ficha Técnica:

Direção: Jennie Livingston

Nacionalidade e Lançamento: EUA, 1991.

Sinopse: Documentário sobre Drag Queens e Tavestis negors e hispânicos, da classe baixa de Nova York. Elas são entrevistadas e observadas enquanto se preparam para competir, mostrando as pessoas, as roupas e todo o ambiente e seus preparativos para a cena de bailes da cidade.

 

Talvez eu esteja de novo batendo na tecla da representatividade LGBT dentro no cinema e da sociedade como um todo, mas acredito que os marcos históricos devam ser propagados, assistidos e conhecidos por todos, não só pelos fãs de RuPaul. O documentário vale os 120 minutos e está disponível na Netflix. 

Poderia falar muito mais sobre tudo o que veio dessa cultura e ela se estende em outros documentários, filmes, músicas e shows, mas por enquanto acho melhor ficar por aqui.
Venham comentar comigo o que acharam depois!

Beajs

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