Crítica: LEGO Ninjago: O Filme (2017) - Cinem(ação)
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Crítica: LEGO Ninjago: O Filme (2017)

LEGO Ninjago: O Filme (2017) é um Capitão Planeta com drama familiar.

Ficha técnica:
Direção: Charlie Bean, Paul Fisher, Bob Logan
Roteiro: Bob Logan, Paul Fisher, William Wheeler, Tom Wheeler, Jared Stern, John Whittington
Nacionalidade e lançamento: EUA, 2017 (28 de setembro de 2017 no Brasil).
Sinopse: Durante o dia, Nya, Cole, Jay, Zane, Kai e Lloyd são adolescentes comuns, enfrentando os problemas na escola. Mas à noite eles se tornam ninjas, defendendo a sua ilha natal, Ninjago. Quando Garmadon ataca a cidade com monstros, Lloyd descobre que seu adversário é ninguém menos que o próprio pai.

A franquia LEGO no cinema rendeu animações no mínimo muito engraçadas, vide o Batman na versão LEGO, lançado também este ano. Sabendo brincar com o universo homenageado e com o fato de ser LEGO – ou seja, de poder usar todo tipo de transformação sem sair da galhofa do universo. O presente longa teria a chance de agradar mais uma vez, contudo, deixou a desejar em vários quesitos.

Talvez o fato de contar com 3 diretores estreantes e 6 roteiristas creditados possa ter atrapalhado. Um excesso de cortes tornou LEGO Ninjago uma bagunça visual – o crítico Aniello Greco do Razão de Aspecto definiu como uma animação dirigida por Michael Bay. Infelizmente foi mesmo exatamente essa a sensação.

A apresentação do universo deve ter sido redundante para quem já conhecia a série Ninjago, mas cumpriu bem, mesmo que de forma preguiçosa, a função de se mostrar para um público diferente. Outro mérito destacável foi a quantidade de cenários, bem diversificados e cada um com vida. Fica claro que houve um trabalho adequado nesse sentido – pena que a câmera passeava por alguns deles sem se deter devidamente.

A história trata de um grupo de heróis ninjas que controlam os elementos da natureza tentando impedir que um malvado ser (pai de um deles) invada e controle a cidade. Após usarem indevidamente uma super arma, eles vão atrás de uma super super arma e terão que lidar com as diferenças, especialmente entre pai e filho/mal e bem. Ou seja, uma premissa clichê, com mensagem edificante e que você já viu mil vezes…

As piadas estão, claro, presentes. A abertura com Jackie Chan tem algum potencial para homenagear o ídolo de muitos e se apoiar no carisma do ator. No mais, a simpatia que se apresentou no primeiro trailer ficou um tanto diluída.  As reações às gags, estas pautadas em tropeções, pausas cômicas e inversões óbvias, são poucas. O exemplo pode ser dado quando o mestre pergunta se todos estão preparados e ouve diversas respostas positivas, um dos ninjas desconversa e diz um “talvez”.

As reviravoltas familiares do protagonista e do pai vilão tem contornos previsíveis e explicativos. Uma criança, que tenha se deparado com essa narrativa pela primeira vez pode se surpreender. Alguém já adolescente talvez já fique entediado. De fato, entre todos os longas LEGO este é o mais infantil – o que não é um problema.

Contudo, ao mesmo tempo que os frequentes cortes dão um ritmo acelerado, há um longo arrastar, principalmente no arco da casa. Ir para o terço final após essa jornada requer fôlego dos nossos heróis e da gente.

É possível que dê dinheiro e tenha sucesso comercial, afinal o combo dos produtos é atrativo. Como cinema faltou muito. Triste ver como um objeto tão criativo quanto LEGO pecou justamente na falta deste quesito.

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