Crítica: A Torre Negra
A Torre Negra poderia ser um grande épico, mas tornou-se apenas uma narrativa simples e desinteressante.
Ficha técnica:
Direção: Nikolaj Arcel
Roteiro: Akiva Goldsman, Jeff Pinkner, Anders Thomas Jensen, Nikolaj Arcel
Elenco: Matthew McConaughey, Idris Elba, Tom Taylor, Dennis Haysbert, Jackie Earle Haley, Katheryn Winnick
Nacionalidade e lançamento: EUA, 24 de agosto de 2017 (no Brasil)
Sinopse: O pistoleiro Roland Deschain (Idris Elba) percorre o mundo para proteger a Torre Negra, prédio mágico e protetor do Universo, que está prestes a desaparecer. Essa busca envolve uma intensa perseguição ao poderoso Homem de Preto (Matthew McConaughey), encontros intensos e confusões entre o nosso mundo e outros mundos paralelos. Filme baseado na obra de Stephen King.
O que faz um filme conquistar a audiência e tornar-se uma história cativante? Embora haja uma série de elementos que tenham essa função, há dois que são fundamentais: uma história crível e verossímil, e personagens aprofundados. Infelizmente, estes não são os pontos fortes de A Torre Negra.
Adaptação de uma obra complexa e dividida em sete livros escritos por Stephen King, o filme não pretende ser uma adaptação de cada livro, um a um, mas uma espécie de junção de diversos elementos em uma trama cheia de mudanças. Embora seja arriscado em relação aos fãs da sala literária, isso não seria um problema caso resultasse em algo bom.
Na trama, acompanhamos o ponto de vista de Jake (Tom Taylor), menino que tem visões da torre do título e de dois homens em constante conflito, e que após alguns acontecimentos acaba indo parar no mundo em que vive o pistoleiro Roland (Idris Elba), caindo no meio de uma espécie de guerra contra o Homem de Preto (Matthew McConaughey).
O fato de não ser um filme extremamente explicativo não seria um problema caso os personagens fossem mais aprofundados e as metáforas fossem bem trabalhadas. Mas tudo aqui parece acontecer “pela metade”. O drama vivido pelo garoto é interessante até o ponto em que ele cai no mundo do pistoleiro de forma totalmente casual, e não causal (repare como uma única posição de letra muda tudo). O Pistoleiro tem seu desejo de vingança apenas dito e pouco explorado dramaticamente, assim como o drama familiar de Jake é transformado em apenas um ponto dramático – que funciona apenas devido à boa atuação do elenco – que pouco faz para o caminhar da trama.
O vilão é um outro caso: McConaughey até se esforça, mas seu personagem é raso como um pires e simplesmente mau – aliás, tão mau que é quase inverossímil. E essa maldade, em conjunto com o pouco do que sabemos dos personagens , faz com que o próprio sentimento de vingança de Roland seja falho.
Efeitos visuais apenas minimamente bons, fotografia escura e a ausência de qualquer cena memorável completam a pouca expressão de A Torre Negra. No frigir dos ovos, o resultado final não é algo ruim… apenas um filme mediano que, por ter um material rico e ótimos atores em mãos, se transforma em uma grande perda de oportunidade.
Confira o podcast sobre o filme!
Resumo
O fato de não ser um filme extremamente explicativo não seria um problema caso os personagens fossem mais aprofundados e as metáforas fossem bem trabalhadas. Mas tudo aqui parece acontecer “pela metade”.