5 Bons Documentários de 2017
Documentários são talvez os filmes menos populares. Acredito que seja até por uma simples falta de hábito ou desconhecimento (até é comum a afirmação errônea de que documentário não é filme…). Para tentar ajudar a trazer à tona esse gênero, vou indicar 5 Documentários que estiveram em cartaz no nosso cinema este ano – alguns deles foram lançados nos respectivos países ano passado, mas só chegaram aqui nos últimos meses.
A lista está em ordem de lançamento e fiquem à vontade para sugerir mais títulos:
Axé: O Canto do Povo de um Lugar:
Mesmo que você não goste de Axé muito provavelmente sabe cantarolar alguns hits. Muita divulgação na mídia e uma diversidade grande de artistas podem explicar esse fenômeno. O longa se debruça na exposição histórico-musical do Axé e como coletânea vai bem. Há discussões sobre a origem do termo e até questões envolvendo a desunião entre os cantores. No entanto o forte mesmo é o resgate dos nomes, musicas e ritmos que compões o Axé. O filme funciona mais como um catalogo do que uma reflexão filosófica.
Eu Não Sou Seu Negro:
Indicado ao Oscar na categoria de Melhor Documentário, o longa narrado por Samuel L. Jackson, tem um texto composto em parte pelo escrito inacabado de James Baldwin e foca no ativismo de três ícones: Medgar Evers, Malcolm X e Martin Luther King. Com muitas referências ao retrato do negro no cinema e com uma montagem que dialoga os momentos passados com o atual, Eu Não Sou Seu Negro é potente e mostra como a história americana não é tão bonita. Uma boa opção foi mostrar também o lado dos racistas, assim vemos discursos hoje ridículos, mas ainda ouvidos por aí… O diretor Raoul Peck sabe usar o material que tem nas mãos, mesmo que algumas vezes de forma não tão sutil (correspondendo ao falta de sutileza dos discursos racistas).
Martírio:
Martírio foi exibido no Festival de Brasília de 2016 e levou o prêmio do público, no grande circuito chegou em abril. O diretor Vincent Carelli faz um exaustivo levantamento de toda a saga dos Guarani Kaiowá. As três horas de filme parecem muito e ao mesmo tempo pouco para retratar aquela história. Carelli vai fundo na questão e nos entrega um documento a ser referenciado nas escolas e pelos estudiosos do tema. Mesmo caindo em maniqueísmos, dada algumas armadilhas na abordagem que o diretor não quis ou não conseguiu evitar, serve como um ótimo recorte.
A Luta de Steve:
Steve Gleason foi um jogador de sucesso na NFL (Futebol Americano). Gleason foi diagnosticado com ELA (esclerose lateral amiotrófica) na mesma época que descobriu que ia ser pai. Como a doença é degenerativa, Steve passa a gravar vídeos com conselhos, desabafos ou simples conversas com o futuro filho. O longa envereda pela nuances da doença, o ex-jogador se torna um porta-voz da divulgação, que claro gera momentos bem emocionantes. Além disso, há toda a questão paternal que também tem potencial dramático, até por gerar um conflito bem intenso. O longa vai no limite do melodrama, mas sem nunca derrapar.
Danado de Bom:
João da Silva talvez seja um dos nomes mais populares do Brasil. Mas talvez você não conheça João Leocádio da Silva, um dos maiores compositores do país. Com mais de 3000 letras e parceiros do quilate de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Alcione, Demônios da Garoa, Trio Parada Dura, João é um dos vultos menos reconhecidos da nossa música. O filme tem alguns tropeços de falta de coesão, carece de uma melhor divisão do tempo em tela e até na tentativa de dar um final poético demais. A indicação aqui se pauta mais em conhecer a figura de João da Silva do que no brilho cinematográfico.
Você costuma ver documentários no cinema? Quais desses indicados você viu? Algum tema que considera válido de estar nas telonas? Deixe aí nos comentários…
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