Crítica: Um Contratempo (2016)
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Crítica: Um Contratempo (2016)

Ficha Técnica: Um Contratempo (Contratiempo)

Direção: Oriol Paulo

Elenco: Mario Casas, Ana Wagener, José Coronado, Bárbara Lennie, Francesc Orella

País: Espanha, 2016

Sinopse: Adrian Doria acorda em um quarto de hotel e percebe que sua amante foi assassinada. Para solucionar o caso, ele contrata uma prestigiosa advogada.

Eu gosto muito de filmes de mistério, assassinato e casos difíceis de solucionar. Nesses aspectos, “Um Contratempo” (Contratiempo) não decepcionou nadinha. Adrian Doria (Mario Casas) é um homem casado que mantém um caso amoroso com sua amante, a fotógrafa Laura Vidal (Bárbara Lennie). Quando ele acorda em um quarto de hotel desconhecido, ele tem uma surpresa ao encontrar sua amante morta e milhares de notas de dinheiro. Assim, Doria procura uma famosa advogada (Ana Wagener) para ajudá-lo a solucionar o caso. Entretanto, há um detalhe intrigante nessa história: quando Doria acordou no quarto, o quarto estava trancado por dentro, e não havia como sair pelas janelas. Junto com a advogada, eles tentam entender o que aconteceu e como o assassino conseguiu matar Laura e trancar o quarto por dentro. Para investigar o crime, a advogada pede para Doria contar o que ele havia feito nas últimas horas, e descobre outro crime no relato do jovem.

Em minha opinião, quem arrasou na atuação foi Bárbara Lennie. Interpretando a amante de Doria, ela consegue ser extremamente expressiva e transmite os sentimentos da personagem de maneira impecável. Ora feliz, ora desesperada, a atriz consegue demonstrar a essência de sua personagem, com uma personalidade forte e opiniões decisivas para a trama. Sua personagem forma um elo entre os acontecimentos e conduz a história até certo ponto. A escolha da atriz foi simplesmente perfeita. Infelizmente, o mesmo não pode ser dito sobre Mario Casas, que interpreta Adrian Doria, o protagonista. Sua atuação é aceitável, e nada mais. Enquanto Lennie capricha na expressividade, Casas “economiza” nesse aspecto. O ator não deixa claro a preocupação do personagem, que, por estar em uma situação terrível, deveria estar um tanto mais apreensivo. Felizmente, essa falta de intensidade na atuação não compromete o filme.

O roteiro, escrito por Oriol Paulo, é muito bem construído e estruturado, e a ligação entre as cenas ocorre com sintonia. Cada detalhe é importante: movimentos, falas, olhares. Preste atenção nessas coisas! Tudo o que acontece na história é relevante e possui importância no desfecho do longa. A compreensão dos fatos ocorre aos poucos, quando conseguimos ligar os pontos.

Por ser um filme espanhol, “Um Contratempo” pode acabar não despertando a atenção dos telespectadores no Netflix, o que é um grande erro. A qualidade da direção, também realizada por Oriol Paulo, é excelente. Fugindo dos tradicionais clichês dos filmes de suspense, Oriol Paulo abusou dos flashbacks para contar a historia, deixando o longa ainda mais interessante (particularmente, eu gosto muito desse recurso). A trama é recheada de reviravoltas, fazendo o telespectador criar diferentes teorias a todo o momento. É um filme que consegue prender os nossos olhos na tela, sem ficar cansativo e sem enrolações. O final? Totalmente inesperado! Os fãs do gênero suspense irão aproveitar cada segundo.

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