Crítica: Detetives do Prédio Azul (D.P.A.) - O Filme (2017)
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Crítica: Detetives do Prédio Azul (D.P.A.) – O Filme (2017)

Detetives do Prédio Azul (D.P.A.) – O Filme por vezes se esquece que é um filme e a todo instante duvida do próprio público.

Ficha técnica:
Direção: André Pellenz
Roteiro: Flávia Lins
Elenco: Suely Franco, Otávio Müller, Mariana Ximenes, Maria Clara Gueirros, Anderson Lima, Pedro Henriques Motta
Nacionalidade e lançamento: Brasil, 13 de julho de 2017

Sinopse: Os Detetives do Prédio Azul são confrontados com o maior caso de suas vidas: salvar o próprio edifício da destruição. Pippo, Sol e Bento se infiltram na festa de Dona Leocádia, a terrível síndica que é, literalmente, uma bruxa. Lá eles presenciam um crime “mágico”, que condena o Prédio Azul a uma demolição de emergência.

A série pra TV Detetives do Prédio Azul (D.P. A.) faz um baita sucesso com a criançada. A produção chega aos cinemas para uma aventura de duas horas. E aí reside um dos problemas: há pouca preocupação em ser uma expressão independente do seriado. Na abertura e no terceiro ato quem chegar de paraquedas pode ter problemas.

Contudo, as falhas não ficam só ali. Há questões de roteiro, direção, atuação, trilha e montagem. Como é natural, um filme com erros nessas frentes, deixa muito a desejar no resultado final. Os poucos méritos são vistos no design de produção e nos efeitos – este sim digno de um elogio maior.

A história ter um claro viés infantil não é ponto negativo, obviamente. Mas a trama desconsiderar a inteligência do próprio público, sim é grave. Explicações para cada ação, inconsistências, além de resoluções fácies que tiram a força dos “Detetives”, com mistérios quase se resolvem sozinhos ou com a influência de outros personagens. A magia é usada ao bel prazer das conveniências do roteiro e não respeita sequer a lógica interna. Além de a grande piada ser um combo interminável de flatulências diz muito sobre a criatividade aqui…

A direção usa o prólogo e o epílogo como única função ensinar essas palavras para as crianças. A inserção de dois números musicais é só para cumprir uma cota do gênero (já que eles são soltos na história e mal executados – na primeira falta um viço na canção e na segunda um direcionamento dos personagens). E não vemos preocupações mínimas com o elenco de apoio: tem hora que o prédio parece ser habitado por 3 famílias apenas ou os convidados da festa não tem função.

Os atores adultos cumprem tabela e ficam presos a um texto pobre.  Algumas atitudes não fazem sentido, outras passam longe da realidade.  As caras e bocas caem na mesmice e deixa a caricatura pela caricatura. Os nomes do elenco tem um certo peso, mas é tudo feito no piloto automático. Já a ala infantil tem alguma energia, porém sem a direção adequada. A banda juvenil, está sim está terrível. Eles claramente já não tem mais idade para encarar os papéis e ficam um tanto tortos.

Uma cena em uma festa onde tocam três músicas reflete a falta de uma mínima coerência musical. As canções escolhidas não combinam com os convidados. E é de ser questionar que em pleno 2017 ainda usem “Gangnam Style” em algo. Falei que o longa duvida da inteligência do público, mas vale o comentário que os personagens adultos do filme são incrivelmente tapados – essa cena em especial é de uma vergonha alheia.

A montagem gera uma certa imprecisão na questão temporal e geográfica, tornando-as questionáveis, alguns movimentos são incompatíveis. Várias cenas tem um começo abrupto ou terminam de qualquer jeito. Tem uma personagem que brota na tela, possivelmente foi gravado alguma cena antes, que acabou fora do corte final.

Detetives do Prédio Azul – O Filme é desastroso. Mesmo que um possível público alvo se sinta agraciado com o que está em tela, isso não torna a coisa cinematograficamente melhor.

  • Nota Geral
1.5

Resumo

Detetives do Prédio Azul – O Filme é desastroso. Mesmo que um possível público alvo se sinta agraciado com o que está em tela, isso não torna a coisa cinematograficamente melhor.

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