Crítica: O Rei Leão (1994) - Cinem(ação): filmes, podcasts, críticas e tudo sobre cinema
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Crítica: O Rei Leão (1994)

Ficha técnica:

Direção: Roger Allers & Rob Minkoff

Roteiro: Linda Woolverton

Nacionalidade e ano de produção: EUA, junho de 1994.

 

O Início

As animações dos Estúdios Disney sempre tiveram muita força, não apenas por uma forte presença do público nos cinemas, mas também por sua própria história que atravessa décadas, sempre apresentando o que de melhor o cinema pode oferecer. Depois de alguns anos com uma considerável queda em suas produções, os Estúdios Disney lançaram em 1989 o ótimo “A Pequena Sereia”, baseado em um conto de Hans Christian Andersen.

Foi um ótimo recomeço que daria origem dois anos depois ao célebre “A Bela e a Fera”, também baseado em um conto infantil. Um grande sucesso que se tornou a primeira animação a concorrer ao Oscar de melhor filme, vencendo dois prêmios da Academia. Em 1992, tivemos o divertido “Aladdin“. Mas o melhor ainda estaria por vir, e isso se deu em 1994, quando o lançamento de “O Rei Leão” demonstrou mais uma vez, e melhor do que nunca, a grande força do estúdio do criador do Mickey Mouse, sem se inspirar dessa vez em um conto de fadas ou conto popular, mas em obras do dramaturgo inglês William Shakespeare (em especial “Hamlet”).

Um rei

A história todo mundo conhece: Para tomar o lugar de seu irmão Mufasa, que é o rei da floresta, Scar o mata durante um violento estouro de manada, fazendo com que o pequeno herdeiro Simba fuja desesperado com sentimento de culpa, sem saber direito o que aconteceu. Simba é achado por Timão e Pumba, que o adotam. O tempo passa, Simba cresce, e um dia o sábio Rafiki o encontra e lhe revela a verdade, fazendo com que ele retorne para acertar as contas com seu tio criminoso.

Como se vê, “O Rei Leão” contém todos os elementos de uma grande tragédia teatral. Temos um primeiro ato mostrando o reino da floresta, com Mufasa sendo respeitado e reverenciado por todos os animais; a construção do vilão Scar, com toques de maldade que lembram “Ricardo III” e “Macbeth”; o Plot Ploint que se dá com a inesperada morte do rei, fazendo com o que o reino e a floresta fiquem à mercê da tirania do vilão.

No segundo ato temos o pequeno Simba fazendo uma variação de um “Hamlet” menos atormentado e mais lúcido, se divertindo com seus dois companheiros, que fazem uma versão mais amigável e confiável de Rosencrantz e Guildenstern; o reencontro de Simba e Nala. Esse ato contém um pouco mais de humor, indo um pouco da tragédia à comédia, num tom de “Sonho de uma Noite de Verão”.

O terceiro ato consiste no retorno de Simba e seu confronto com Scar, terminando com o fim do maquiavélico tirano. Um desfecho épico, bem ao modo dos melhores trabalhos do estúdio.

“O Rei Leão” tem vários momentos musicais marcantes: o início (o melhor de todas as animações da Disney) com o sábio Rafiki mostrando o pequeno Simba para os animais da floresta, ao som da inesquecível canção “Circle od Life”; os pequenos Simba e Nala com o pássaro Zazu em uma sequência musical onde cantam “I Just Can’t Wait To Be King” e aprontam todas; Scar se mostrando aliado das traiçoeiras hienas, cantando “Be Prepared”; a transição de Simba pequeno para Simba adulto, quando ele, Timão e Pumba cantam “Hakuna Matata”; o belo momento romântico de Simba e Nala ao som da canção “Can You Feel The Love Tonight”, vencedora do Oscar. A animação venceu também o Oscar de melhor trilha sonora.

A produção de “O Rei Leão”, assim como aconteceu anteriormente com ”A Bela e a Fera”, introduziu cenas feitas em computação gráfica. Todo o processo de animação foi feito com maestria, onde recriam uma floresta africana de forma muito convincente, além de apresentar uma série de personagens em sua maioria carismáticos.

A ótima equipe de dubladores é formada por nomes como Matthew Broderick (Simba adulto), Jeremy Irons (Scar), James Earl Jones (Mufasa), Moira Kelly (Nala adulta), Nathan Lane (Timão), Whoopi Goldberg (a hiena Shenzi) e Rowan Atkinson (Zaza).

Sua bilheteria mundial ultrapassa 960 bilhões de dólares, tornando-se a animação convencional (não feita em computação gráfica) mais rentável da história.

A Disney descobriu uma verdadeira mina de ouro fazendo refilmagens em live-action de suas animações, como aconteceu com “Cinderela” de 2015 (refilmagem da animação de 1950), “Mogli” de 2016 (refilmagem da animação de 1967) e “A Bela e a Fera” de 2017 (refilmagem da animação de 1991). Assim sendo, era inevitável uma versão em live action de “O Rei Leão”, que já foi anunciado e será dirigido por Jon Favreau (que fez “Mogli”).

 

 

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