Filmes infantis feministas e o que eles representam - Cinem(ação)
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Filmes infantis feministas e o que eles representam

Não, esse ainda não é um tema do podcast As Mathildas (ainda), mas fiquei pensando muito a respeito neste último fim de semana. Estava de “de bode” de procurar alguma coisa na Netflix e fazer maratona de série nova. Lembrei que – desde sempre – sou apaixonada por filmes infantis e resolvi rever alguns longas que deixaram minha infância feliz. E quase que emendando um no outro, assisti à 4 filmes: Anastasia, Lilo & Stitch, A Princesa e o Sapo e Os Batutinhas.

Tá, mas o que eles têm a ver com feminismo? Tudo. Cada um, em especial, tem elementos beeeem particulares que mostram a força da mulher. Sério, fiz a escolha inconscientemente e descobri que tinha tudo a ver mesmo.

Anastasia

Uma animação para lá de antiga: uma princesa sem “cara” de princesa. Uma menina que ficou para trás em um conflito na Rússia, perdeu sua família e foi morar em um orfanato. Tudo o que ela queria era encontrar seus entes queridos. Ela tem a ajuda de dois homens? Tem. Mas a heroína do filme é ela. Tanto que, em uma das cenas finais, em que aparece o “vilão” do mal, quem o destrói é a própria Anastasia. O mocinho lindo que tenta salvá-la não consegue, e é a moça que não deixa o barraco se despedaçar. E eu não lembrava de tudo isso.

Lilo & Stitch

EU AMO ESSE DESENHO. Gente, juro. É um dos meus preferidos. E o que falar da sinopse? Um bichinho alienígena que vai parar no meio do Hawaii, em uma família composta por duas irmãs: uma moça já adulta e uma menininha. As duas perderam os pais, moram sozinhas. A mais velha trabalha, sustenta a casa e cuida da pequena. Se isso não é falar sobre feminismo e sororidade (mulheres que cuidam de mulheres), eu não sei o que é.

A Princesa e o Sapo

A PRINCESA que trabalha, tem sonho de abrir seu próprio restaurante. É empreendedora. Apaixonar-se por um príncipe – que no caso, é um sapo – é pura consequência. Ela sabe bem seu propósito, sabe o que quer. Ela tem uma mãe exemplar também, que a encoraja para conseguir realizar seu sonho. Ela casa, por amor, mas abrir o restaurante não morre nisso. Ela tem sucesso. Ah, e ela é NEGRA. Representatividade mandou um salve aqui!

Os Batutinhas

Não é animação, mas gente, não lembrava desse filme. Não é totalmente feminista, mas para a época, um grande avanço. A história se baseia em um clube de meninos que ODEIAM MENINAS. Só que o melhor amigo do fundador do clubinho está APAIXONADO por uma MENINA. Alfafa é sensível, recita poesia, prepara um lanche da tarde para a amada e não se importa em se declarar para a Darla, seu par romântico. E gente, os meninos percebem que não precisam odiar meninas. Mas a cena que mais me surpreendeu foi: em uma competição de corrida que acontece no filme, um dos prêmios aclamados seria conhecer Ferguson, um piloto incrível que dirige incrivelmente bem. Mas na verdade, Ferguson é uma MULHER. Sim, mulheres também dirigem – e muito bem por sinal.

Antes eu jamais teria toda essa visão, mas hoje, analisando todos estes filmes, percebo o quanto é importante mostrar conteúdos relevantes para as crianças – sejam meninos ou meninas. Né?

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