Crítica: Siga pela 10 (Take the 10, 2017) - Original Netflix - Cinem(ação)
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Crítica: Siga pela 10 (Take the 10, 2017) – Original Netflix

Siga pela 10 tem uma narrativa divertida e descompromissada.

Ficha técnica:
Direção e roteiro: Chester Tam
Elenco: Tony Revolori, Josh Peck, Kevin Corrigan, Chester Tam
Nacionalidade e lançamento: EUA, 2017 (20 de janeiro de 2017 no Brasil – lançado diretamente na Netflix).

Sinopse:
 Um dia na vida dos dois melhores amigos, Chester (Tony Revolori) e Chris (Josh Peck) – que conseguem ingressos para um festival no Inland Empire de uma maneira questionável – um traficante de drogas e um gerente de loja, que se encontram no festival, em um show de hip-hop.

Ultimamente a Netflix não tem acertado nos longas originais, o mais recente, Clinical, foi um péssimo suspense. Aqui as coisas melhoraram. Com Siga Pela 10 temos um novo Beasts of no Nation? Definitivamente não, mas encontramos uma boa opção para se distrair. Temos um exemplo de uma comédia quase no nível desligue o cérebro, porém não precisando descer para esse famigerado recurso.

A boa nota se deve a escolha narrativa de contar a história em capítulos com alguma brincadeira temporal e mudando o foco narrativo. Assim vemos a trama sob vários pontos de vista, possibilitando uma empatia com os personagens secundários, e até ressignificando o que a gente sabia até então – com outro enfoque tal ferramenta é vista também no sensacional A Criada.

As piadas são focadas em situações envolvendo drogas, sexo, personagens idiotas e racismo. Os temas não são muito animadores, é verdade.  Então essa opção não linear torna a coisa mais interessante. No filme, Siga Pela 10 é sobre amizade, sendo um dos personagens mais malandro e outro mais inocente, um com o objetivo de ver um show e outro de vir para o Brasil – sim, os brasileiros tem esse “afago”… e, claro, tem piadas com o país ao pior melhor estilo Simpsons.

O multitarefa Chester Tam dirige, escreve e atua – e, narcisticamente dá o próprio nome para o protagonista. Ele é inconstante nas três funções. Como diretor faz um trabalho nada além de ok. O roteiro é curioso tem lá bons momentos, mas o grande mérito é o como a história é contada. Mas como ator sim, Tam vai muito bem. Ele tem o melhor e mais complexo personagem e a atuação dele ajuda muito a melhorar ainda mais, seja na caracterização bizarra com dentes platinados, seja no misto de força e fraqueza – o arco dele é realmente interessante.

Os protagonistas Chris (Josh Peck, o Josh da série Drake e Josh) e Chester (Tony Revolori, o Zero de Grande Hotel Budapeste) tem muita química. O olhar, a postura e a fala dos atores corroboram para que a gente queria saber o desfecho deles. A verve cômica está no tom certinho. Mesmo nos momentos mais dramáticos – que na realidade tem a intenção de fazer rir – a dupla segura bem a onda.  Os demais personagens tem papeis menores ou maiores para o todo, mas contribuem de maneira eficaz.

O vai e vem narrativo, a conversa inicial banal dentro de um carro, a história ter mudança no foco e um bom aproveitamento dos personagens, lembrou um pouco de Tarantino – não estou dizendo que Chester Tim é o novo Tarantino (longe, muito longe disso), apenas ressaltei essas comparações.

Siga Pela 10 tem pretensões pequenas e é bem realizado. Funciona ao cumprir o objetivo – mesmo que este seja simples.

https://www.youtube.com/watch?v=C15aWlcLqJ0%20

 

  • Nota Geral
3

Resumo

Siga Pela 10 é a mais nova comédia original Netflix. O longa funciona e diverte ao aproveitar bem a narrativa e os personagens.

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