Crítica: Horas Decisivas (2016)
Ficha Técnica – Horas Decisivas (The Finest Hours)
Direção: Craig Gillespie
Roteiro: Meg LeFauve, Josh Cooley, Pete Docter
Elenco: Chris Pine, Eric Bana, Casey Affleck, Ben Foster
Nacionalidade e Lançamento: Estados Unidos, 2016
Sinopse: Em 1952, durante um inverno rigoroso em Massachusetts (EUA), dois navios petroleiros naufragaram, deixando a equipe de tripulação no meio do oceano durante uma enorme tempestade. Diante dessa tragédia, a Guarda Costeira enviou uma equipe de salvação para uma missão aparentemente fatal.
Baseado no livro de mesmo nome, escrito por Casey Sherman e Michael J. Tougias, “Horas Decisivas” conta a história verídica do resgate à tripulação de um dos dois navios (SS Fort Mercer e SS Pendleton) que naufragaram e partiram-se ao meio durante uma tempestade fortíssima nos mares de Massachusetts (EUA), em 1952. Após a tragédia, a Guarda Costeira envia Bernie Webber (Chris Pine), que está prestes a se casar, para a missão de resgate. Entretanto, o barco de resgate parece uma piada defronte ao mar agitado e nervoso. A equipe deve enfrentar perigosas ondas e ventos velozes. Apesar da terrível tempestade e das opiniões controvérsias, o chefe da Guarda Costeira (Eric Bana) não muda a sua ordem de enviar a equipe de resgate naquele momento, o que faz o espectador questionar o quão irracional é o personagem.
O filme foi produzido pela Walt Disney e dirigido por Craig Gillespie (A Garota Ideal, 2007), mas não esperem um trabalho grandioso. O enredo envolve uma tragédia que deveria impressionar e angustiar o espectador, mas o filme não atinge seu objetivo. As cenas se intercalam entre a Guarda Costeira, mostrando a organização para o resgate e o clima de tensão, e os tripulantes do navio naufragado, que tentam manter a calma e prolongar o tempo que lhe resta até o navio afundar. Eu nunca pensei que fosse ficar tão entediada durante um filme de naufrágio, mas “Horas Decisivas” conseguiu me fatigar.
Sobre o elenco, a verdade seja dita: fraquíssimo. Os personagens não passam nem metade da emoção e medo que as pessoas devem ter sentido durante a real tragédia. Os atores parecem imaturos e perdidos, como se estivessem atuando pela primeira vez. Toda a ação parece forçada, os diálogos são pobres e até a maquiagem entra na lista de defeitos do filme. Por exemplo, a noiva do protagonista Bernie Webber. O futuro marido dela está em alto mar, na pior tempestade de sua vida, em um barco que pode ser virado com um simples sopro, em uma missão considerada fatal. Como aquela mulher consegue andar pela cidade (que, por sinal, está um caos também, com neve e vento para todo o lado) com o cabelo impecável e o batom-vermelho-brilhante sempre retocado? Isso tem nome: forçar demais a barra. A produção é da Walt Disney, mas a mulher não é uma princesa, convenhamos. Faltou bom senso da produção.
Apesar das minhas críticas negativas, notei que as opiniões estão bastante divididas a respeito desse filme. Não entendo em quais cenas o filme consegue gerar comoção. Meu coração não é de pedra, mas não consigo imaginar uma cena sequer que possa ter tal efeito sobre mim.
O fato é que “Horas Decisivas” não parece um filme de adultos. Onde ficou a emoção do momento? A angústia do acidente? A tristeza, a comoção dos espectadores, o desespero dos familiares e dos envolvidos na tragédia? Sinceramente, eu não sei. Com certeza na história real, e talvez no livro. Mas no filme, definitivamente não.
Resumo
“Horas Decisivas” relata a história real de um resgate de naufrágio em plena tempestade. Entretanto, não acrescenta emoção e angústia em nenhum momento, entediando o espectador e deixando muito a desejar.