Crítica: Anjos da Noite: Guerras de Sangue (2016)
Anjos da Noite: Guerras de Sangue prova que escolher vampiros para uma franquia não é a melhor opção…
Ficha técnica:
Direção: Anna Foerster
Roteiro: Cory Goodman
Elenco: Kate Beckinsale, Theo James, Lara Pulver, Bradley James
Nacionalidade e lançamento: EUA, 2016 (01 de dezembro de 2016 no Brasil)
Sinopse: A guerra ente Lycans e Vampiros continua agora com Marius, o novo líder dos lobisomens armando um ataque final para ficar mais poderoso e destruir o clã rival. Selene tentará mais uma vez apaziguar os ânimos e restabelecer a paz.
A franquia Anjos da Noite rendeu uma boa grana. Sinal que tem muitos fãs. Se você é um deles e quer mais um longa naquele tom, então Anjos da Noite: Guerra de Sangue é para você. O visual, história, mitologia está tudo ali mais uma vez. Caso você não tenha curtido os anteriores, talvez seja melhor procurar outro filme em cartaz, pelos mesmo motivos citados… Isso pode parecer óbvio, mas tem longas que se renovam nas continuações Ouija foi uma grata surpresa este ano, por exemplo (ao contrário do Cauê Petito, autor da crítica citada, eu adorei o longa de terror).
Anjos da Noite: Guerra de Sangue começa revisitando o que foi apresentado anteriormente, como de costume na saga. Isso pode ser elogiado como uma forma de contextualizar o cenário para o público ocasional, mas eu vejo como incapacidade de criar um produto uno ou atestado de que sabem que o próprio público não tem memória do que ocorreu. Para piorar, parte da trama existente nos outros filmes é posta de lado – nesse ponto até os fãs podem se revoltar.
O longa concorre para ser um dos piores do ano e vários são os motivos. A história é uma confusão, traição atrás de traição na tentativa de dar um peso e reviravoltas para segurar quem está vendo – novamente recurso chupado dos outros filmes da série. As cenas de ação tem algum vigor, mas soam ridículas seja pelo CGI forçado e pouco inventivo, seja pelas acrobacias e instrumentos que arrancam risadas (reparem no escudo utilizado). A violência não é escondida, vemos sangue, personagens sendo cortados ao meio e tudo que há de gore. Tal elemento poderia causar um impacto visual, você gostando ou não, mas fica tudo tão jogado que vemos uma criatura se dilacerando com a mesma empolgação que assistimos uma folha caindo.
A fotografia continua com a mesma paleta azulada. Isso é coerente com a identidade visual que foi estabelecida. A pergunta que fica é: quem achou de bom gosto tal escolha? O ar supostamente gótico é empurrado goela abaixo, sendo esse – o tom pseudo soturno – a muleta usada.
A palavra que define mesmo o longa é: bagunça. E de uma bagunça tão absurda que eu confesso que ri, infelizmente foi um humor involuntário. As cenas eram (ou queriam ser) sérias e eu tive que me controlar para não cai na gargalhada e incomodar os outros na sala. As coisas acontecem na história e quebram algo que foi dito anteriormente. A movimentação é toda esquisita. A montagem falha em unir elementos simples.
As atuações merecem um capítulo à parte. Parabéns ao atores que acreditam naquilo que estão fazendo. Tal fator quase me fez não dar nota mínima para Anjos da Noite – mas o material é tão nulo que não posso presentear esse filme com sequer meio ponto a mais.
Anjos da Noite: Guerra de Sangue tenta sugar mais dinheiro de um público fã de, por exemplo, Resident Evil. Possui lutas enérgicas, porém filmadas de um jeito engraçado, sem a intenção de sê-lo. Uma história que não aprende com os próprios erros e consegue inserir mais alguns. Para não ser injusto, a direção feminina da Anna Foerster nos dá menos closes ginecológicos no collant da protagonista Kate Beckinsale, acho inclusive que pela primeira vez dão uma roupa diferente para a personagem Selene. Contudo, a sensação que fica pra mim é que Anjos da Noite quer rivalizar com Crepúsculo para ver quem mancha mais a mitologia vampiresca….
Resumo
Anjos da Noite: Guerras de Sangue (2016) entrega mais do mesmo. Agradará aos fãs e somente a eles. Concorre para ser um dos piores filmes do ano.