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HSM Expo 2016: Oliver Stone fala sobre seu novo filme, futuro do cinema e Donald Trump

Oliver Stone esteve de passagem pelo Brasil para divulgar seu mais novo filme, Snowden – Herói ou Traidor. O cineasta passou também pela HSM Expo 2016 (evento anual da HSM Educação Executiva) nesta quarta-feira (9), em São Paulo, e falou um pouco sobre sua carreira, sobre o futuro do cinema e – inevitavelmente – de política.

Snowden

Stone falou um pouco sobre o processo de pesquisa que utilizou para “Snowden” seu mais novo filme, que estreou nesta quinta-feira (10) e conta a história de Edward Snowden, ex-agente da NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA) que revelou ao mundo que a agência em que trabalhava espionava vários países ao redor do mundo, incluindo o Brasil.

“Retratei exatamente o que vi (em Edward Snowden). Tentei mostrar esse lado mais humano que a mídia não mostra”, disse o diretor, que se encontrou com Snowden algumas vezes na Rússia, onde o ex-agente está refugiado.

o ator Joseph Gordon-Levitt como Edward Snowden em "Snowden - Herói ou Traidor"

o ator Joseph Gordon-Levitt como Edward Snowden em “Snowden – Herói ou Traidor

Futuro do Cinema

Quando questionado por Luciano Huck , o mediador da conversa, sobre os rumos que o cinema está tomando, Stone foi pessimista. “Estou triste com isso. Eu acho que com esses novos aparelhos, as pessoas não vão mais aos cinemas como elas costumavam. E é triste porque (cinema) é sobre juntar as pessoas, é uma excitação coletiva. Na comédia, por exemplo, há todas as pessoas rindo. Em dramas e suspenses, eu gosto do som do silêncio, há sempre pessoas prestando atenção e é bem quieto. Há uma beleza nisso”, disse.

Sobre os novos meios de streaming e exibição de lançamentos simultânea pela internet: “você quer assistir a este novo filme que estreou hoje, com um ente querido ou sua família, e você assiste em casa, pagando uns 15 ou 30 dólares”, contou, em tom de frustração.

O diretor vencedor de 3 Oscars reconhece, no entanto, que “terá que se adaptar a este mundo”.

Sobre Donald Trump

Com Stone tendo dirigido filmes com extremo viés político como “JFK – A pergunta que não quer calar“, “Nixon” e “W.“, não era de se surpreender que fossem feitas perguntas sobre a atual situação política mundial, especialmente contando o fato de que naquela mesma manhã Donald Trump  havia sido eleito presidente dos EUA. Quando questionado sobre o fato, o diretor foi surpreendentemente positivo, e disse que tina mais medo de Hillary Clinton, a representante democrata:

“Eu tinha mais medo de Hillary, pois pra mim Trump nunca foi uma possibilidade real na presidência”, afirmou, surpreendido. “Temos que ver as coisas pelo lado positivo. Trump é um ‘fazedor de acordos’, é um homem de negócios.”

Sobre as afirmações polêmicas de Trump, como a de querer construir um muro na fronteira do México para impedir os imigrantes ilegais: “Eu não acredito que ele construirá um muro. Não é tão ideológico, é sobre empregos. Ele quer deportar as pessoas porque ele quer empregos para os americanos”

O diretor terminou novamente em tom positivo:

“Eu espero que ele se adapte. Como eu disse, vamos torcer pelo melhor. Pelo menos, não iremos à guerra. Eu já estive em uma guerra e nunca quero estar novamente”, afirmou, em tom esperançoso, o diretor de “Platoon” e “Nascido em 4 de Julho”.

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