Crítica: 400 contra 1 - A História do Crime Organizado (2010) - Cinem(ação): filmes, podcasts, críticas e tudo sobre cinema
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Crítica: 400 contra 1 – A História do Crime Organizado (2010)

400 Contra 1 – A História do Comando vermelho e seus assaltos estilosos.

Ficha Técnica

Roteiro e Direção: Caco Souza

Elenco: Daniel de Oliveira, Daniela Escobar, Fabrício Boliveira e Lui Mendes

Data de Lançamento:  6 de agosto de 2010

Nacionalidade: Brasil

 

Sinopse

Um grupo de presos dos anos 70 resolve se unir para lutar por direitos e ideais coletivos. William (Daniel de Oliveira) é um dos líderes deste grupo e cria o Comando Vermelho. A nova organização estabelece uma conduta de solidariedade entre os presos e quando estão soltos, realizam assaltos espetaculares.

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O filme é baseado no livro autobiográfico “Quatrocentos contra um – A história do Comando Vermelho” de William da Silva Lima. O Comando Vermelho é uma facção criminosa atuante até hoje na cidade do Rio de Janeiro. Nasceu nos anos 70 dentro do presídio Cândido Mendes na Ilha Grande em Angra dos Reis – RJ, e nos anos 80 dominou o estado carioca, estendendo-se depois para outros estados. O filme trata dos primórdios dessa facção, mostrando como tudo começou.

O diretor, Caco Souza, tem uma extensa experiência em filmes publicitários e documentários, ele disse em suas entrevistas que no seu primeiro longa tentou dar o máximo de realismo às cenas. Ele conseguiu, é um trabalho crível. A história é muito interessante, a ideia é muito boa, mas somente uma boa ideia não faz um bom roteiro. A construção da narrativa é bem mediana. O roteiro começa com um ritmo nos 10 primeiros minutos que não se mantém até o final. O segundo ato segue arrastado e somente nos últimos 20 minutos o roteiro retoma o fôlego inicial. Aliás, não consegui ver uma divisão clara de atos, os eventos demoram de acontecer e quando acontecem não tem aquele impacto que o contexto sugere, fiquei esperando mais da construção do roteiro, uma emoção que não veio.

Porém, o elenco do filme é muito bom. Vemos o ator Daniel de Oliveira completamente inserido no universo do personagem que interpreta, o William da Silva. Daniela Escobar está surpreendente em um personagem muito diferente do que estamos acostumados a ver na TV. Em suas poucas cenas, ela dá conta do recado e vemos os atores Fabrício Boliveira e Lui Mendes esbanjando domínio de cena.

Um dos destaques do filme é a trilha sonora composta por Max de Castro. Ela casa muito bem com a história, com as cenas e os personagens.

A colorização do filme é uma ferramenta que eles usaram para ambientar as duas fases da história que são contadas concomitantemente. As cenas que acontecem na década de 70 tem uma cor bem trabalhada que dialoga com a Direção de Arte, outro grande destaque da obra. Já as cenas da década de 80 não tem a mesma tonalidade que a de 70, fazendo a segunda fase perder um pouco do charme por conta da diferença de cor. Mas em compensação, o cenário e o figurino de todo o filme são harmoniosos e conversam bem com o contexto e com a época.

Analisando o conjunto, pode-se dizer que “400 contra 1 – A História do Comando Vermelho” foi bem pensando, bem planejado e poderia ter sido melhor escrito. As falhas na construção do roteiro é o principal problema, uma vez que a produção e as outras funções foram muito bem executadas.

Vale a pena assistir o trailer e conferir o filme disponível pela internet.

https://www.youtube.com/watch?v=KweEFlsbI2k

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Resumo

Apesar das falhas de roteiro, “400 contra 1 – A História do Comando Vermelho” é um filme que vale a pena ser visto pelo conjunto da obra.

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