Crítica: Quebrando Regras III
Ficha Técnica
Título |
Never Back Down 3: No Surrender (Original) |
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Ano produção |
2016 |
Dirigido por |
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Estreia |
7 de Junho de 2016 |
Duração |
101 minutos |
Elenco |
Michael Jay White, Josh Barnett, Esai Morales, Nathan Jones |
Gênero |
Ação |
Países de Origem |
Estados Unidos e Tailândia |
Sinopse: O ex-campeão do MMA, Case Walker (Michael Jai White) se manteve fora dos holofotes, vencendo pequenas competições regionais. Seu antigo amigo e famoso lutador Brody James (Josh Barnett) convence Walker a ir à Tailândia e treiná-lo para uma grande luta contra o mortal e invicto Caesar Braga (Nathan Jones)
Frequentemente acontece um fenômeno interessante: surgem filmes totalmente ignorados pelo público e crítica, mas que caem no agrado das televisões. É o caso da franquia ‘Quebrando Regras’, que já virou uma espécie de “esquenta” da TV Globo, exibido geralmente antes de transmissões de eventos do UFC. Lançado diretamente em Dvd e Blue Ray no Brasil, a popular saga de filmes sobre MMA chega ao seu terceiro longa desistindo do tom adolescente e apostando todas as fichas em Michael Jai White, que protagoniza e assina roteiro e direção.
‘Quebrando Regras III’ conta a história do ex-campeão do MMA, Case Walker (Michael Jai White) após os acontecimentos do segundo filme. Num evento menor de Artes Marciais Mistas, Walker encontra um antigo companheiro de treinos decadente, que recebe uma proposta milionária para desafiar um controverso campeão de uma polêmica organização de MMA. O personagem de Jai White então é convidado para treinar o amigo na Tailândia. Sim, como deu para perceber… falta imaginação nesse roteiro. Você já deve ter visto coisa parecida nos anos oitenta com Van Damme, Chuck Norris ou qualquer outro ator veterano do gênero.
Além da história clichê, a película apresenta outros problemas graves. O principal é o mesmo que assombra a série desde a primeira produção: o filme não consegue emular de forma convincente o mundo do MMA. Em “Quebrando Regras” tudo é artificial demais… os conflitos, os diálogos, as cenas de ação. Desse modo a série acaba se tornando uma versão mambembe da franquia Karatê Kid, um enorme desperdício de potencial dado a popularidade do MMA.
Outra questão que prejudica demais o desenvolvimento do mais novo capítulo da franquia é a perspectiva de se abordar várias temáticas de maneira totalmente superficial. Se o foco da produção fosse em apenas fazer um filme legal de ação, o resultado seria muito mais satisfatório. Porém, o filme toca em assuntos pertinentes, como a relação dos lutadores com anabolizantes e esteroides, de forma rasa, sem exploração dramática alguma e infantilizando o enredo. Há também personagens demais em Quebrando Regras III e totalmente injustificáveis nos desdobramentos da história.
Os pontos mais interessantes de Quebrando Regras III são alguns alívios cômicos, que funcionam muito bem aproveitando o talento natural de Jai White para o humor. As cenas que envolvem especificamente o caratê, arte marcial em que Jai White é faixa preta do estilo Kiokushin, ficaram legais e vão agradar em cheio quem gosta do universo das lutas.
Quebrando Regras III é basicamente pensado para ser um produto para a televisão. É quase certo de que, daqui a algum tempo, apareça na grade… um pouco antes de uma luta do José Aldo ou do Anderson Silva. Não foi dessa vez que o MMA inspirou um bom filme para quem curte cinema, quem sabe no próximo round?
Resumo
“Quebrando Regras III é basicamente pensado para ser um produto para a televisão. É quase certo de que, daqui a algum tempo, apareça na grade… um pouco antes de uma luta do José Aldo ou do Anderson Silva. Não foi dessa vez que o MMA inspirou um bom filme para quem curte cinema, quem sabe no próximo round?”