Crítica: Gênios do Crime

Sinopse

A história gira em torno de Dave Ghantt, um guarda noturno de uma companhia de carros blindados no sul dos Estados Unidos que organiza um dos mais ousados assaltos a banco da história norte-americana.

Ficha Técnica

Ficar eternamente preso a fórmulas que já obtiveram sucesso anteriormente é um dos vícios que mais atrapalham comediantes no cinema . Poderíamos citar vários artistas que já passaram ou ainda passam por esse dilema: Adam Sandler, Seann Willian Scott, Shawn e Marlon Wayans… a lista é grande. Alguns humoristas fizeram da questão sua marca e prosperaram na indústria cinematográfica. Outros cansaram o público e gradualmente foram esquecidos.

O mais novo infectado em Hollywood pela síndrome do personagem único é Zack Galifianakis, o eterno Allan da série “Se beber, não case!”. Gênios do Crime, o novo filme estrelado pelo gordinho aloprado, bem que poderia ser mais uma das peripécias do Allan, o que não necessariamente é ruim, mas revela um comediante refém de uma receita pronta de interpretação.

Baseado em fatos verídicos, Gênios do Crime conta a história do segundo maior assalto realizado em solo americano: um roubo de 17 milhões de dólares, ocorrido em 1996 na Carolina do Norte, realizado por funcionários de uma seguradora de valores. Com esse ponto de partida, um tanto inusitado para a comédia, a película narra as desventuras de David Ghantt, (Zack Galifianakis) um segurança quarentão prestes a se casar, que é convencido a participar do furto por Kelly, (Kristen Wigg) uma ex-colega de trabalho, a qual é apaixonado.

Nos primeiros minutos da produção, fica clara a intenção de transformar a história numa espécie de Bonnie e Clyde às avessas. Gênios do Crime garante algumas risadas e tenta flertar com o gênero das comédias românticas através da inocência quase infantil de Dave, o personagem principal da história. É perceptível algumas boas referências na construção do roteiro, mas as intenções se perdem, e o que prevalece nos pouco mais de 90 minutos de duração é uma profunda sensação de quase… um filme que ambicionou em sua concepção ir além de uma comédia clichê, mas, que por questões práticas de realização, optou por fórmulas prontas, priorizando assim a zona de conforto de seu protagonista.

Apesar da peculiar premissa de trabalhar um icônico crime americano como mote para uma comédia, o diretor Jared Hess entrega uma produção com poucas novidades. Uma coletânea de situações nonsense se estabelecem entre alguns previsíveis furos no enredo. Outro problema grave é a falta de profundidade na construção dos personagens que circundam a história. Kristen Wiig se esforça como coprotagonista se saindo bem nas poucas cenas de humor em que participa. Já Owen Wilson interpreta um vilão que nem faz comédia, nem tem qualquer carga dramática.

Gênios do Crime é indispensável para a legião órfã de fãs  do Allan da franquia ‘Se beber, não case!‘ e  uma boa opção de divertimento para aqueles que querem ir ao cinema sem compromissos maiores. Se você não gosta do humor Galifianakis ou está saturado das fanfarronices do gordinho, ruivo, sem noção… a película é uma verdadeira cilada, pois o trabalho leva a marca do ator americano em toda sua essência, com todos seus vícios e virtudes.