Setembro Amarelo – 5 dicas de Filmes
Há três anos, Setembro ficou mais amarelo para simbolizar a campanha de prevenção ao suicídio. Temas como depressão, morte, tristeza estão diretamente ligados ao ato de tirar a própria vida. Embora esses sejam temas delicados e importantes, ainda são tabus em nossa sociedade. Nunca encaramos a morte como algo natural, tampouco a tristeza. Segundo Robert Gellert Paris (conselheiro do CVV – Centro de Valorização a Vida), todo mundo tem que se sentir ótimo, mas a obrigação de ser feliz gera tensão no jovem. Isso por que o aumento do uso de redes sociais como facebook gera comparação entre a vida e a espetacularização da felicidade.
De Acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), no Brasil o índice de suicídios entre pessoas na faixa de 15 a 29 anos é de 6,9 casos para cada 100 mil habitantes. Então esse símbolo e a campanha são extremamente necessários para gerar o debate de como devemos combater essa questão. Não é algo fácil, muito menos indolor. Mas campanhas como essa só tendem a ajudar na explanação de um tema demonizado pela sociedade moderna. Demonização que faz com que pessoas que estejam com pensamentos suicidas se reprimam, e até mesmo aparentem estarem bem para seus amigos e familiares para não serem taxado de “fracos”, “frescos” ou qualquer coisa do tipo.
Sendo assim, qualquer ajuda é bem vinda: Seja com posts no Facebook para comentar algo bom para a pessoa, como o evento feito pela CinEvoluir em Londrina que fez uma sessão com o filme As Vantagens de Ser Invisível (2012) e logo depois um debate sobre o tema da obra. No filme, Charlie é um adolescente que sofre problemas de relacionamento, e encontra em Sam e Patrick uma chance de sair de um quadro depressivo. Segundo a psiquiatra participante do debate, Érica Ermel, ver que o problema também atinge outras pessoas pode confortar, desmitificar e facilitar a busca por ajuda.
Entretanto, se por um lado essa campanha tenha gerado bastante comoção por parte de algumas pessoas, outras tentaram fazer pouco caso da questão. É entristecedor ver alguns comentários maldosos na internet, como “Quem comete suicídio é covarde”, “isso é falta de Deus”, ou mesmo a banalização da depressão como páginas fazendo graça com a palavra como “Diva da depressão”, “Game of Thrones da Depressão”, e também a glamourização da doença, pois a mesma está ligada à alguns nomes artísticos como Van Gogh (temas alta e brilhantemente discutidos no episódio 75 do podcast mamilos).
Por fim, tendo a terminar otimista quanto a essa campanha e sua eficácia para a redução da taxa de suicídios no país. Além do mais, minha crença na sétima arte como fonte de conhecimento cultural, social e filosófico me fez listar cinco filmes que ajudarão não só a pessoa que possui dificuldade em reconhecer que existem outras pessoas como ela, que isso não é vergonhoso e tem tratamento, como também ajudar as pessoas a reconhecerem sintomas para poder ajudar seus amigos, familiares e afins. Ah, antes de ir pra lista vou deixar um recado: Setembro não é só um mês, porra.
1 – A Felicidade Não se Compra (1946).
Sinopse: Em Bedford Falls, no Natal, George Bailey (James Stewart), que sempre ajudou a todos, pensa em se suicidar saltando de uma ponte, em razão das maquinações de Henry Potter (Lionel Barrymore), o homem mais rico da região. Mas tantas pessoas oram por ele que Clarence (Henry Travers), um anjo que espera há 220 anos para ganhar asas é mandado à Terra para tentar fazer George mudar de idéia, demonstrando sua importância através de flashbacks.
2 – Morangos Silvestres (1957).
Sinopse: Isak Borg (Victor Sjöström) é um professor de medicina que revisita vários momentos marcantes de seu passado durante uma viagem de carro até sua antiga universidade, onde ele irá receber uma honraria. Acompanhado de sua nora Marianne (Ingrid Thulin) ele evoca memória de sua família e de sua ex-namorada. Durante a viagem ele conhece uma garota adolescente que em muito se assemelha a Sara, seu antigo amor. A jovem pega carona com o professor e Marianne. Quanto mais Borg recorda as decepções e desilusões que viveu, mais ele se sente frio e cheio de culpa. Esses sentimentos se afloram quando ele encontra seu filho, igualmente frio e ressentido.
3 – 14 Estações de Maria (2014).
Sinopse: Maria (Lea Van Acken) se encontra dividida entre dois mundos. Na escola, a menina de 14 anos tem todos os interesses típicos de uma adolescente de sua idade, mas quando está em casa com a família, ela precisa seguir com rigidez os tradicionais ensinamentos católicos. Qualquer coisa que Maria faça ou pense deve ser examinado por Deus, o que a deixa com um medo constante de cometer algum pecado. Preocupada em agradar a todos, a menina logo se vê em meio ao fogo cruzado: como conciliar seus sentimentos pelo colega de classe com seus votos de pureza em nome de Deus?
4 – Divertida Mente (2015).Sinopse: Riley é uma garota divertida de 11 anos de idade, que deve enfrentar mudanças importantes em sua vida quando seus pais decidem deixar a sua cidade natal, no estado de Minnesota, para viver em San Francisco. Dentro do cérebro de Riley, convivem várias emoções diferentes, como a Alegria, o Medo, a Raiva, o Nojinho e a Tristeza. A líder deles é Alegria, que se esforça bastante para fazer com que a vida de Riley seja sempre feliz. Entretanto, uma confusão na sala de controle faz com que ela e Tristeza sejam expelidas para fora do local. Agora, elas precisam percorrer as várias ilhas existentes nos pensamentos de Riley para que possam retornar à sala de controle – e, enquanto isto não acontece, a vida da garota muda radicalmente.
5 – As Vantagens de Ser Invisível (2012).
Sinopse: Uma história divertida e emocionante sobre a adolescência. “As Vantagens de Ser Invisível” é um clássico moderno que capta os altos e baixos do ensino médio. O calouro Charlie (Logan Lerman) é um eterno “invisível” até que ele cai sob os encantos da linda e descolada Sam (Emma Watson) e de seu destemido meio-irmão Patrick (Ezra Miller). Juntos, o trio experimenta amor, perda, medo, esperança e a busca pela melhor canção nesta adaptação inesquecível do romance de Stephen Chbosky.
Obs: Os dados contidos no texto foram retirados dos links:
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/09/150922_suicidio_jovens_fd
Escrito por: Will Bongiolo