Crítica: Esquadrão Suicida (2016) 2.
Ficha Técnica de Esquadrão Suicida.
Diretor: David Ayer (Corações de Ferro).
Roteirista: David Ayer.
Elenco: Will Smith (Um Homem entre Gigantes), Margot Robbie (O Lobo de Wall Street), Ike Barinholtz (Vizinhos 2), Viola Davis (Histórias Cruzadas), Jared Leto (Clube de Compras Dallas)…
Lançamento: 04/08/2016 (Brasil).
Depois que a crítica especializada massacrou Batman vs Superman (filme do qual gostei bastante) uma gama de pessoas começaram a criar teorias absurdas: Como as que os críticos estão sendo pagos pela Marvel. Até ataques pessoais foram feitos nas caixas de comentários. Dito isso, chegou Esquadrão Suicida… Agora fizeram um abaixo assinado para derrubar o Rotten (sendo que esse apenas armazena críticas). Enfim, me pergunto o porquê de tudo isso.
Esquadrão Suicida começa exatamente onde terminou Batman vs Superman, temendo forças meta-humanas mais fortes, Amanda Waller (Viola Davis) reúne um grupo de supervilões (meta-humanos) para trabalhar pro Governo norte-americano, afim de evitar novas ameaças (sim, a ideia é idiota). Então cria um projeto onde um grupo de detentos realizará missões, que se bem sucedidas diminuirá em dez anos suas sentenças. Assim o grupo formado por: Pistoleiro (Will Smith), Arlequina (Margot Robbie), Cap. Bumerangue (Jai Courtney), Crocodilo (Adewale), El Diablo (Jay Hernandez), Katana (Karen Fukuhara) e Amarra (Adam Beach), acaba tendo como sua primeira missão barrar o ataque de Magia (Cara) a cidade. Paralelamente, o Coringa participa de sua desinteressante missão de resgatar a Arlequina.
Bom, logo nos primeiros minutos conseguimos notar um claro descaso com a montagem. Transições de cenas abruptas, sem a menor lógica narrativa. Também uma completa falta de criatividade do roteirista/diretor (David Ayer), temendo não conseguir contar a origem de todos, acaba usando uma pasta com a cara de cada vilão; assim que a página é trocada um novo flashback sono aparece.
Após toda essa enrolação, os eventos começam a acontecer. Conseguiríamos ver caso a câmera conseguisse registrar alguma ação. Praticamente todas essas tomadas são filmadas com câmera na mão em edições frenéticas, tentando dar dinamismo aos combates. Porém, sem a menor noção de mise-en-scène; ouvimos apenas os barulhos, gritos e vemos fumaça. Já o roteiro esbarra em diálogos nada criativos, o filme então apela para uma trilha sonora com músicas famosas; obviamente pensando em conquistar o espectador desviando a atenção da trama desinteressante.
O Tempo de tela dos personagens é outro grande problema. Acreditando mais em rostos já conhecidos do espectador, o longa dá mais destaque para Will Smith (Pistoleiro) e Margot Robbie (Arlequina). Os outros membros do grupo acabam ficando em segundo plano, gerando momentos constrangedores: Como El Diablo falando que os considera uma família (hã? se você acabou de conhecer esses psicopatas e até três cenas atrás nem queria os ajudar), ou então a Magia que aparece em todas as cenas apenas dançando igual um boneco de posto enquanto abre um buraco no céu.
As atuações… ah, atuações. Will Smith (Pistoleiro) interpreta ele mesmo. Viola Davis faz uma Amanda Waller decidida, com um olhar forte. Com certeza irá evoluir dentro do universo DC. Margot Robbie faz o que pode com a personagem, até tenta dar uma autenticidade para a mesma. Mas esbarra em um roteiro que não a ajuda, colocando-a em momentos ridículos: como naquele ao qual se imagina casada com o Coringa e tendo dois filhos. Cara (Magia) não tem o que oferecer, já que sua personagem apenas dança durante todo o filme. Jared Leto é o elo mais fraco. Não consegue ser caricatural, não consegue passar ameaça, sua risada é extremamente falsa e sem força. Escolhe fazer uma voz tentando imitar a utilizada pelo Ledger em Cavaleiro das Trevas, falhando miseravelmente. Atuação digna de Framboesa de ouro. O resto do elenco não faz muita coisa.
Um detalhe que deve ser mencionado é o figurino do Coringa. Se o de Jack Nicholson no Batman (89) fazia exatamente o contraponto do personagem título, e o de Ledger (mais acinzentado) corroborava com sua atuação corcunda e melancólica. Aqui o Coringa veste uma roupa diferente a cada cena, sem a menor preocupação em contar algo ou passar alguma mensagem. Apenas a exibe quase que em uma versão teste para ver qual o público aprova para o próximo filme. Uma atitude lamentável, prejudicando ainda mais o personagem.
Se eu ficar aqui comentando mais algumas decisões erradas, esse texto teria mais páginas que o roteiro de Esquadrão Suicida. Porém, outra coisa legal de mencionar é os três helicópteros caindo e ninguém ficando ao menos ferido.
Por fim, David Ayer cisma em filmar todo o grupo pelas costas. Fazendo a bunda da Arlequina ter mais tempo de tela que a maioria dos personagens. Levando-me a crer em duas possibilidades: 1- Ele estava querendo agradar seu público pré-adolescente. Ou 2- Ele foi genial, utilizando a bunda da Arlequina para fazer uma rima visual com o restante do filme: Uma cagada.
Quem sabe da próxima possa ser feito um abaixo assinado para fazerem um bom filme.
Escrito por: Will Bongiolo