Crítica: O Novato (2015)
O Novato é uma deliciosa comédia sobre o início da adolescência.
Ficha técnica:
Direção: Rudi Rosenberg
Roteiro: Rudi Rosenberg, Igor Gotesman, Bruno Muschio
Elenco: Réphaël Ghrenassia, Joshua Raccah,Géraldine Martineau, Guillaume Cloud-Roussel, Johanna Lindstedt
Nacionalidade e lançamento: França, 2015 (exibido no Brasil no Festival Varilux de Cinema Francês)
Sinopse: Benoît, um tímido garoto, sofre bullying no novo colégio. Aos poucos ele tentará achar o próprio espaço e se encontrar no mundo com novos amigos.
O Novato é o que de melhor um filme da sessão da tarde tinha a oferecer. Um texto leve sobre um grupo de desajustados/nerds/rejeitados que se fortalece e aprende a lidar com as questões da vida. Talvez eu tenha dado um mini spoiler, mas o roteiro aqui é daqueles que você sabe para onde vai na primeira cena e o forte está em outros aspectos da experiência.
Temos um humor adolescente com piadas sobre sexo, respostas rápidas e uma fisicalidade juvenil. Mas tudo de bom gosto, não soa em momento algum apelativo. As referidas piadas fazem parte organicamente do universo da obra. Elas devem funcionar mais para o público nostálgico do que para os jovens. Ao contrário de certos filmes com uma carga de preconceito e humor bem duvidoso (cof Vizinhos 2 cof Zerando a Vida).
E o humor aqui é vital. As muitas gargalhadas proferidas pelos personagens, além de contagiantes, mostram uma leveza e a capacidade que uma mente inocente (ou nem tanto) tem de rir de tudo. Há até uma cena onde o personagem ri mesmo sem ter entendido a piada. Ele o faz pelo efeito manada e por pressão social – quem nunca teve de rir daquela piada péssima do chefe ou arriscou um sorriso amarelo fingindo entender enquanto todos caiam na gargalhada?
O texto é simples, porém muito eficaz. Nenhum diálogo para revolucionar o cinema, mas quase todas as situações atraem a atenção do público. O filme, aliás, não tem grandes arroubos técnicos. É tudo, no máximo, correntinho.
Os tipos são os clássicos que passam longe da popularidade, algo muito importante quando se tem 12-14 anos (e não só nessa época…). Há uma menina com dificuldade motora e ela é zoada por isso, um garoto que faz listas de pessoas que falam com ele e daquelas que o rejeitam, além do protagonista, o novato com dificuldades de se enturmar, entre outros….
Ou seja, o forte aqui é a presença dos personagens. A gente se importa com eles e quer ver mais diálogos daqueles jovens. O crescimento deles chega a ser emocionante e a conclusão, clichê ao máximo, muito bem escolhida e, claro, hilária. Saí do cinema com a sensação de que não vi algo espetacular cinematograficamente falando, mas com a certeza de um ótimo investimento naquelas 1h20. Vá ao cinema e curta essa galerinha entrando em altas aventuras…
O Novato está sendo exibido em 50 cidades brasileiras no Festival Varilux de Cinema Francês. Você pode conferir a programação clicando aqui.
O trailer dá um ótima medida do que é o filme: