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Crítica: Uma Loucura de Mulher

Ficha técnica:

Direção e Roteiro: Marcus Ligocki Júnior
Elenco: Mariana Ximenes, Bruno Garcia, Mía Mello, Sérgio Guizé, Augusto Madeira, Luiz Carlos Miéle, Guida Vianna, Zéu Britto
Nacionalidade e lançamento: Brasil, 02 de Maio de 2016

Sinopse: Lúcia (Mariana Ximenes) e Gero (Bruno Garcia) estão juntos há 15 anos. Fugiram para se casar e ela acabou abandonando a dança, que era sua grande paixão, para apoiar a carreira do marido na política. Mas no dia do lançamento da pré-candidatura de Gero ao Governo do Distrito Federal, um evento acarreta em grandes mudanças em suas vidas. Uma-Loucura-de-Mulher-pôster

A comédia brasileira evoluiu muito nos últimos anos. Hoje em dia pode-se fazer um filme com atores “globais” ou com grandes patrocinadores e ainda sim entreter. Obras que, apesar de muitas vezes serem meros produtos, aproveitando o sucesso de celebridades nacionais (muitas vezes também vloggers) para atrair o maior número de pessoas  para o cinema, conseguem divertir justamente pelo carisma de seus protagonistas, vide a série de filmes Meu Passado Me Condena.

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E  Uma Loucura de Mulher tem ótimos atores em níveis de atuações competentes. Infelizmente o roteiro com que trabalham, apesar de coerente com a lógica estabelecida, é coerente também pra um nível de um filme de uns 7 anos atrás. Apesar de boas cenas e algumas risadas devido a seus coadjuvantes, ele é coerentemente genérico e retrógrado.

O enredo do filme é até interessante quando você imagina que ele foi escrito e concebido nos tempos atuais de crise política, de “recatada, bela e do lar”, e que de alguma forma ele tenta subverter isso, tenta fazer uma crítica. Mas o problema é que Marcus Ligocki Júnior, o diretor e roteirista, escreveu este filme há anos, e a obra é um projeto que ele sonhava realizar a muito tempo. Então todas as semelhanças do filme com a vida real não passam de meras coincidências (parafraseando a frase que vemos nos créditos finais de todos os filmes). Ligocki seria um melhor vidente do que cineasta, aparentemente.

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Ximenes também produz o longa. O que é incompreensível. Na coletiva de imprensa, ela cita o quão interessada ficou nos “conflitos do personagens” e na história divertida. Por isso decidiu investir neste longa. Aparentemente a culpa recai aqui mesmo sobre Ligocki. Um diretor melhor talvez extraísse algo mais interessante do já mediano roteiro.

Como mencionado, as atuações são competentes e os atores fazem um bom trabalho com o material que lhes é dado. Como as comédias desse tipo costumam seguir um tom acima de expressividade e emoção, todos seguem em sintonia.  Ximenes tem uma ótima cena de dança no início do filme com o grande Luiz Carlos Miéle, que faleceu no final de 2015. A cena é coreografada e filmada de forma enérgica e  divertida.

Destaque para Zéu Britto e Guida Vianna, que se divertem com seus coadjuvantes estereotipados: um porteiro e a vizinha de apartamento de Lúcia. As melhores risadas são extraídas de suas cenas.

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Mas tirando essas qualidades, infelizmente o filme não se sai muito bem na maioria dos outros aspectos. Enquanto o design de produção não compromete e os figurinos e fotografia possuem algumas escolhas interessantes, a trilha sonora é um grande problema. O filme insiste em seguir cartilhas comuns das comédias nacionais ruins, e usa um dos recursos mais irritantes: a trilha sonora instrumental constante, que acompanha todas as cenas, ditando o tom das mesmas. Se a cena é de caráter cômico, ouvimos um tema alegre e debochado; se ela é dramática, logo ouvimos o pianinho atrás, e assim segue.

Uma Loucura de Mulher é apenas uma comédia inofensiva nacional. O filme parece datado na época de hoje devido à forma que é apresentado, apesar dos temas atuais. O talento de seus atores merecia uma obra melhor, mas se você é  fã de Ximenes, Garcia e nossa querida Mía Mello, talvez possa ter uma experiência melhor.

  • Nota Geral:
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Resumo

Uma Loucura de Mulher é apenas uma comédia inofensiva nacional. O filme parece datado na época de hoje devido à forma que é apresentado, apesar dos temas atuais. O talento de seus atores merecia uma obra melhor, mas se você é fã de Ximenes, Garcia e nossa querida Mía Mello, talvez possa ter uma experiência melhor.

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