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Artigo

“A Juventude” – (2015)

Da tristeza é possível entender realmente o que A Juventude pode exclamar. Desde o início o que se vê é andamento, música, tempo, ritmo. Nada está além do que era pra estar ali, naquele momento, naquelas situações, naquelas vidas. A melancolia dos personagens torce por nada mais concreto do que à esperança traz quando à experimentamos. Como dizer que o que fez ou vem fazendo está relacionado com seu medo, com suas aflições, com seus desamparos; àqueles que só você tem noção e sabe de seu conhecimento? É árduo o desempenho desse caminho até o consolo de uma decisão, daquela que sempre, através do tempo, vem afastada de si, longe, bem longe do terreno e do perto.

A figuração das montanhas traz natureza para quem aprecia as imagens e o quadro belo de delicadezas, estas que se mostram do e para o íntimo, separa-se do distante, do impenetrável, e traz consigo alguma lucidez que só o infinito tem. A terapia do material não traz para àquele que a usa, uma total resolução de desafios que a vida proporciona. Os problemas mais banais da vida acabam sendo um fardo momentâneo quando nos vemos afundados neles, como numa areia movedissa que nos empurra cada vez mais pra baixo. Não há subida mais gratificante do que perceber isso. Cada insignificância sem sentido, gradualmente, nos puxa, mesmo que por tropeços, para a superfície. A orquestra natural dos campos e dos animais aparece, conjuntamente à um comando lento, preciso e coerente com uma intuição musical serena e cheia de esperança num momento de desabafo de um senhor de idade que esteve e continua só com sua solidão.
Youth
A amizade eterna de dois amigos torna-se tão simples quando notamos nos risos, nos gestos, nos anagramas, qual só entendemos quando temos acesso ao mais íntimo de cada um deles: seus olhares. A filha que termina o casamento via uma má “qualidade” sexual na cama – segundo seu ex-marido; a massagista que percebe no corpo, as truculências de um corpo triste e ausente de si, que precisa de um carinho. É a necessidade de ouvir de alguém, mesmo desconhecido, que é uma pessoa mais importante do que um marketing exagerado de um personagem feito; um resultado, uma espera, um alívio, mesmo que diante de alguém jovem, isto é, sincero, sem camadas.
Os aplausos e o silêncio trazem para o medo uma vontade e um calafrio de tesão. O início é trêmulo, distante, porém com o tempo pegando-se o jeito, já que só o tempo pode isso proporcionar. A voz exala ao redor de todo o espaço e a memória, visível nos seus olhos, aparece como numa imagem de trailer de filme, cada uma com suas determinada duração; cada instante diz e tem sobre o que falar.
Ao fim, como num êxtase estomacal, o afago do silenciar faz a bela obra de arte continuar seu caminho para a história. Belo, sincero e muito atraente.
Nota: 5

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