Crítica: Heróis da Galáxia: Ratchet e Clank (2016)
Heróis da Galáxia: Ratchet e Clank é a adaptação do jogo e gerará um jogo adaptado do filme.
Ficha Técnica:
Direção: Jericca Cleland e Kevin Munroe
Roteiro: T.J. Fixman, Kevin Munroe, Gerry Swallow
Nacionalidade e lançamento: Canadá e EUA, 2016 (05 de maio de 2016 no Brasil)
Sinopse: Ratchat é um mecânico que passa a integrar o time dos Heróis da Galáxia. Junto com a equipe e o novo amigo, Clank, eles tentarão salvar a galáxia dos terríveis Chairman Drek e Dr. Nefarious.
Ratchet e Clank foi um jogo muito famoso para Playstation. O primeiro, lançado em 2002, esteve disponível para a segunda versão do console. Posteriormente surgiram algumas continuações para Playstation 3. A expressão para os cinemas tenta capturar os fãs dos jogos e público mais novo (notadamente o filme é para as crianças). Será lançado um jogo baseado na história do filme fechando, por hora, o ciclo das adaptações.
A animação, como eu disse, tem uma pegada bem infantil. O texto é leve, típico filme para toda a família (imagino que os menores de 12 anos e quem é muito fã do jogo aproveitará mais). O visual bem colorido satura um pouco alguns cenários, mas atrai o público alvo.
Tive problemas com o ritmo: o começo do longa é bem acelerado e senti um certo atropelo na apresentação dos personagens (vale a ressalva de que eu nunca joguei o jogo). O desenvolvimento da história já se dá em um ritmo mais tranquilo, contudo às vezes sonolento. O final perde a chance de acabar algumas vezes e fica enrolando a história.
Sobre o humor: temos piadas mais físicas e bastante visuais, mas também algumas referenciais (Star Wars, por exemplo). Na dublagem brasileira há uma sobre o Uber e outra sobre o famigerado “Tá tranquilo, tá favorável” (lembrando que Capitão América: Guerra Civil também usou isso e nas legendas…). No geral, o texto é bem forçado e não traz grandes momentos. A melhor coisa são as frases que aparecem toda vez que algum lugar é anunciado, praticamente todas são hilárias.
Os personagens são bem lineares, alguns da equipe fazem só figuração. A dupla Ratchet e Clank é bem carismática e funciona, não é algo que se diga “nossa, que personagens incríveis”, mas são mais interessantes que os da animação No Mundo da Lua, por exemplo.
Ratchet tem o mérito de não ser um herói certinho. Ele tem um passado recheado de infrações e não é perfeito, tem ações “erradas” ao longo da trama. O Captain Qwark é o líder dos Heróis da Galáxia, mas tem como grande característica o ego e o narcisismo, o que pode ensinar uma lição para as crianças. Para os adultos acaba ficando um personagem chato. Clank funciona bem como escada, ele é inteligente e companheiro, um dos melhores personagens do longa (o outro robô, assistente dos vilões, é muito bom – sinceramente não lembro o nome dele e nem achei creditado, mas tudo nele me atraiu). Os vilões são genéricos e não acrescentam muito.
O plot twist é meio óbvio para os adultos e pode ser um pouco confuso para as crianças. Esse problema permeia o filme inteiro. Há também uma certa falta de direcionamento sobre qual história quer ser contada.
Zootopia e Mogli ainda estando em cartaz são opções melhores para levar as crianças e garantir o divertimento dos adultos. Mas longe de ser um filme horroroso, Heróis da Galáxia: Ratchet e Clank não passa nem perto disso, aliás… Vale um comentário sobre a dublagem: no original temos nomes como John Goodman e Sylvester Stallone. As vozes brasileiras não estão ruins, mas sinto que perdi boa parte da graça do filme (creio que no Brasil só devam ter sessão com o áudio em português).