#CineOdé: Cineclube exibe “Cafundó”, filme de Paulo Betti estrelado por Lázaro Ramos.
As sessões de MARÇO do Cine Odé – Cinema no Terreiro , no Terreiro de Odé em Ilhéus/Ba, acontecem nos dias 26 e 27 (sábado e domingo, respectivamente), sempre às 17h.
No SÁBADO, dia 26, serão exibidos os curtas “Hùndàngbènă – O Ninho da Serpente”, de Mazé Mixo; e “Professor Agenor”, de Marcelo Serra e Freddy Ribeiro.
No DOMINGO, dia 27, será exibido o longa “Cafundó”, de Paulo Betti e Clóvis Bueno, filme vencedor de vários prêmios no Festival de Gramado em 2005.
A convidada especial da sessão de março será Michelle Raic Mansur, historiadora e pesquisadora de temas relacionados à religiosidade de matriz africana. Após a exibição dos filmes, a roda de conversa será aberta a todos que queiram participar.
SOBRE OS FILMES:
SÁB, 26/3, 17H l Hùndàngbènă – O Ninho da Serpente (2015, 13mn).
Dirigido por Marcelo Serra e Freddy Ribeiro, o curta mostra os preparativos do primeiro Gboitá , a cerimônia mais importante do Candomblé Jeje-Mahi, em Duque de Caxias-RJ. O filme começa situando as origens das diversificadas tradições trazidas para o Brasil por conta da escravidão, que:
trouxe da África homens e mulheres de variadas tribos, reinos e cidades. Com eles vieram o sofrimento, a morte e a promessa do esquecimento. Mas também vieram suas diversas línguas, tradições e costumes. Com eles vieram suas divindades e ancestrais. Haviam trazido consigo sua Fé.
SÁB, 26/3, 17H l Professor Agenor (2011, 20min)
O curta de Marcelo Serra e Freddy Ribeiro traz uma conversa com a figura notável de Agenor Miranda Rocha, conhecido como “professor”, visto que exerceu o magistério durante a maior parte de sua vida. Admirado por personalidades como Jorge Amado, que declarou: “Sou velho amigo e admirador de Agenor. Trata-se de uma das figuras de maior relevo nas nações do candomblé”. E Gilberto Gil, que reconhece na figura do professor Agenor “uma figura ímpar, insubistituível e de importância extraordinária.”
DOM, 27/3, 17H l Cafundó (2005, 101min)
Cafundó, dirigido por Paulo Betti e Clóvis Bueno e com Lázaro Ramos como protagonista, é inspirado em um personagem real saído das senzalas do século XIX. Um tropeiro, ex-escravo, deslumbrado com o mundo em transformação e desesperado para viver nele. Este choque leva-o ao fundo do poço. Derrotado, ele se abandona nos braços da inspiração, alucina-se, ilumina-se, é capaz de ver Deus. Uma visão em que se misturam a magia de suas raízes negras com a glória da civilização judaico-cristã. Sua missão é ajudar o próximo. Ele se crê capaz de curar, e acaba curando. O triunfo da loucura da fé. Sua morte, nos anos 40, transforma-o numa das lendas que formou a alma brasileira e, até hoje, nas lojas de produtos religiosos, encontramos sua imagem, O Preto Velho João de Camargo.
No Festival de Gramado de 2005, o filme venceu nas categorias de Melhor Ator (Lázaro Ramos), Melhor Direção de Arte e Melhor Fotografia. Ganhou o Prêmio Especial do Júri na categoria de Melhor Longa Metragem em 35mm Brasileiro. Foi indicado na categoria de Melhor Filme.
Com um importante diferencial de acessibilidade, o evento disponibiliza uma van para facilitar o acesso do público ao local da mostra (conforme imagem abaixo):
O projeto Cine Odé – Cinema no Terreiro é uma realização do Bahiadoc – Arte Documento (http://bahiadoc.com.br/) e teve apoio financeiro do Fundo de Cultura da Bahia, através do edital público de Agitação Cultural 2015 da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.