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Crítica: A Incrível História de Adaline

Ficha Técnica

Direção: Lee Toland Krieger

Roteiro: J. Mills Goodloe e Salvador Paskowitz

Elenco: Blake Lively, Michiel Huisman, Harrison Ford, Kathy Baker, Ellen Burstyn

Nacionalidade e Lançamento: Estados Unidos, 2015

Sinopse: Quando Adaline Bowman sofre um acidente, o seu corpo deixa de sofrer o processo de envelhecimento, e ela acaba por ficar presa no tempo. Com o intuito de esconder seu segredo, ela muda de vida a cada década, até que alguém passa a desconfiar de sua condição.

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“A Incrível História de Adaline” (The Age of Adaline) tenta mergulhar o espectador em uma brincadeira com o tempo e o amor. Adaline, interpretada por Blake Lively (Gossip Girl), é uma jovem que nasceu na virada do século XX, e ao sofrer um acidente é reanimada por um raio e não envelhece mais. Enquanto assiste aos seus amigos e filha ficando idosos, Adaline continua com a mesma aparência de sempre. Logo, as pessoas começam a questionar sua estabilidade física e agentes da lei passam a persegui-la, fazendo com que Adaline precise se mudar para um novo local a cada década, mudando também sua identidade e sua vida. Dessa maneira, Adaline tenta não estabelecer vínculos afetivos, e acaba por se isolar da sociedade. Ao conhecer o jovem Ellis (Michiel Huisman), as coisas mudam, e Adaline, naquele momento conhecida como Jennifer, decide não fugir. Porém, quando Adaline/Jennifer é apresentada ao pai de Ellis (Harrison Ford), eles se reconhecem e viajam ao passado em que estavam  apaixonados, e Ellis pode revelar o segredo de Adaline para todos.

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Alguns comparam esse filme ao Benjamin Button, e eu digo o seguinte: impossível. “O Curioso Caso de Benjamin Button” (2008) é um filme bem trabalhado, com direção e roteiro impecáveis. O mesmo não pode se dizer de “A Incrível História de Adaline”. Com uma história que começa de maneira intrigante, mas pouco desenvolvida, o filme prende mais a atenção do espectador quando surge em cena o personagem de Harrison Ford. Na segunda metade do longa, até pensamos que talvez sejamos surpreendidos por um ato imprevisível vindo de um personagem com personalidade forte, mas o final é exatamente o que o espectador imagina desde os primeiros minutos de filme. E, para mim, esse fator é o maior responsável por transformar o que poderia ser um grande drama em um romance clichê. Tenho a impressão de que houve certa preguiça em quebrar a cabeça para criar um final melhor e inesperado.

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A presença de Blake Lively como protagonista não ajuda nem atrapalha no desenrolar do filme. Nunca fui fã de sua atuação, porém ela transmite tranquilidade por parte de Adaline, assim como uma delicadeza agradável. Entretanto, algumas vezes tenho impressão de estar assistindo a uma atuação forçada, principalmente nas cenas românticas. Acredito que a atriz possua seus altos e baixos. Com toda a certeza, o personagem mais forte e melhor caracterizado é o de Harrison Ford, pai de Ellis, mesmo sendo um personagem de segundo plano. Já no caso de Ellis, o ator Huisman “não cheira nem fede”. Seu personagem é fraco, com nenhum aspecto marcante, e está lá simplesmente para preencher um espaço necessário em um romance. Ellen Burstyn também possui suas participações no longa, interpretando a filha de Adaline, embora pareça sua avó.

No meio de algumas críticas, também encontramos elementos positivos. A história nos apresenta uma explicação científica para a condição de Adaline, a qual só será descoberta em 2035, fato que não dá abertura para críticas por parte da ciência. Achei isso interessante, uma vez que filmes que tentam extrapolar suas bases científicas são alvos de muita crítica. Outro fator que prende a atenção é a fotografia e o figurino. As cenas são graciosas, e o figurino de época em Lively lhe caiu muito bem. A trilha sonora também acrescenta muito ao longa, e combina com o porte melodramático do filme.

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Nesse jogo de brincar com a passagem do tempo, o filme poderia ser produzido e escrito de maneira mais caprichada, visto que é um tema muito procurado e que capta a atenção dos espectadores. Os personagens também poderiam ter sido mais trabalhados e apresentados de modo mais profundo, e o final, nem vou comentar novamente. Infelizmente, a base do filme é interessante, mas pouco desenvolvida. Por isso, “A Incrível História de Adaline” entra para a lista dos romances que são quase conto de fadas, e decepciona quem quer assistir um filme intrigante sobre o tempo.

  • Nota Geral
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