David Bowie – A arte em sua forma humana
Normalmente quando vamos escrever um texto póstumo sobre alguém começamos com algo como: “nos deixou…”, ou “foi embora…”, no caso de David Bowie o mais correto seria começar dizendo: “ascendeu aos céus”, pois e;e fez exatamente isso, apenas subiu a um novo nível de existência, ele que sempre foi icônico e inconfundível teve até mesmo em sua morte um tom artístico. Na última sexta-feira (08/01), o camaleão do rock completou 69 anos e aproveitou seu aniversário para lançar o seu vigésimo quinto álbum intitulado Black Star.
Bowie não pode ser simplesmente qualificado, cantor, compositor, ator, ele sem dúvida alguma é um artista em seu sentido nato, em mais de 40 anos de carreira passou por diversos gêneros musicais, desde seu primeiro grande single “Space Odity” de 1969, incluindo o nascimento/encarnação de seu alter ego Ziggy Stardust um marco do glam rock.
Fez parcerias com John Lennon, Brian Eno e Queen com quem escreveu e cantou a canção “Under Pressure”.
Sua vida cinematográfica também foi parte importante para a sétima arte, no ano de 1976 participou de O Homem que Caiu na Terra, dirigido por Nicolas Roeg. Bowie também estrelou no último filme de Marlene Dietrich, Apenas um Gigolô (1978). Interpretando um prisioneiro da Segunda Guerra Mundial, ele participou de Furyo, Em Nome da Honra (1983), no mesmo ano em que contracenou com Catherine Deneuve, em talvez a sua melhor atuação com o filme Fome de Viver. Em 1988 fez Poncius Pilatos em A Última Tentação de Cristo, de Martin Scorsese. Já na década seguinte foi Andy Warhol na cinebiografia “Basquiat” (1996) e em 2006 fez o também genial Nikola Tesla, sendo dirigido por Christopher Nolan em “O Grande Truque”.
Mas seu papel mais conhecido no cinema deve ser como o Rei Goblin, ao lado de Jennifer Connelly, em um dos seus primeiros filmes, em Labirinto (1986), do pupetter Jim Henson. Suas músicas podem ser conferidas em diversos filmes, mais recentemente a canção “Starman” tocou em “Perdido em Marte“, justo não? E talvez uma das mais marcantes é a canção Heroes, carinhosamente rebatizada como “The Tunnel Song” numa das melhores cenas do filme “As Vantagens de Ser Invisível”.
Bowie não ascendeu para ser uma lenda do rock, isso ele já era ainda em vida.