Confira as principais mostras do Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo
Cinema Mundial

Confira as principais mostras do Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo

No Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, a Mostra Internacional faz uma grande volta ao mundo, exibindo 60 curtas – escolhidos entre 2700 inscritos para esta seção –, vindos de 40 países, num recorde de abrangência. Além de títulos de países como França, Estados Unidos e Reino Unido, há obras produzidas em nações de pouca tradição cinematográfica, como Ucrânia, Quirquistão e também a Malásia, que nunca havia participado do Festival. “Essa visão privilegiada que o festival oferece é realmente uma grande oportunidade de se tentar decifrar um pouco melhor o momento atual da vida no mundo”, diz Zita Carvalhosa, diretora do evento.

Na seleção internacional, estão diversos filmes premiados em grandes festivais no ano passado. Entre eles, o libanês “Ondas 98” (Ely Dagher), vencedor da Palma de Ouro em Cannes, o norte-americano “Mundo de Amanhã” (Dom Hertzfeldt), ganhador do Sundance, o tunisiano “Pai” (Lotfi Achour), favorito do público internacional em Clermont-Ferrand, e o francês “Um Único Corpo” (Sotiris Dounoukos), que levou o Grand Prix de Toronto.

Também há curtas realizados por nomes já bastante conhecidos no cinema, como “Ernie Biscuit”, animação dirigida pelo australiano Adam Elliot, autor do vencedor do Oscar “Mary e Max”, e duas produções da francesa Ursula Meier, diretora do longa “Minha Irmã”: “Silêncio Mujo” e “Kacey Mottet Klein – O Nascimento de um Ator”, que, ao estilo “Boyhood”, de Richard Linklater, acompanhou por anos o crescimento e desenvolvimento frente às câmeras do ator suíço  que dá nome ao curta e virá a São Paulo para apresentar o curta. Outro destaque é “O Muro e a Água” (Alice Fargier), um documentário com participação de Luc Dardenne.

Com 26 curtas de 11 países latino-americanos, selecionados em meio a 270 inscritos, a Mostra Latina destaca a animação mexicana “Zimbo” (Juan Media e Rita Basulto), que faz uma homenagem a brinquedos antigos e foi ganhadora do Festival de Guadalara, e o chileno “Loucas Perdidas” (Ignacio Juricic Merillán), que recebeu o Queer Palm em Cannes ao retratar a vida de um adolescente gay no Chile conservador dos anos 1990. “The Mad Half Hour” (Leonardo Brzezicki), coprodução da Argentina/ Dinamarca, participou do último Festival de Berlim e “When I Get Home”, realizado em Cuba, mas com direção do brasileiro Aldemar Matias, é um delicado documentário que retrata um casal de senhores cubanos.

Nesta edição, o Festival recebeu inscrições de mais de 600 curtas-metragens nacionais. O comitê selecionador levou 545 horas para assistir a todos eles – e muitas outras para discuti-los –, chegando ao número de 125 programados, que serão exibidos nas diferentes mostras dos Programas Brasileiros.

A Mostra Brasil traz 51 filmes de 15 estados brasileiros e revela uma safra bem politizada, reflexo da efervescência política vivida no Brasil e no mundo. São exemplos o gaúcho “O Teto Sobre Nós” (Bruno Carboni), uma ficção filmada dentro de uma ocupação sob ordem de despejo; o documentário “Um Dia” (Angelo Deganti), do Rio de Janeiro, inédito no Brasil, que acompanha um dia na vida do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL); e o carioca “Uma Família Ilustre”, que marca o retorno da diretora Beth Formaggini ao curta para apresentar o relato confessional de um ex-delegado responsável dar fim a corpos de mortos pela ditadura no Brasil. Também participam a animação “Mobios” (Carlos Eduardo Nogueira), que faz estreia mundial no festival, e “Go Estudo Pro”, de São Paulo, que tem o veterano Domingos Oliveira ao lado dos realizadores Felipe Roque e Luca Pougy.

O Panorama Paulista reúne 29 curtas, de múltiplos temas e formatos, oriundos da capital, interior e litoral de São Paulo. Entre os destaques “Command Action” (João Paulo Miranda), que foi rodado em uma feira popular de Rio Claro e esteve na Quinzena dos Realizadores do último Festival de Cannes.

No Cinema em Curso Petrobras estão 20 filmes produzidos em 13 diferentes cursos de graduação em cinema e audiovisual espalhados pelo Brasil, como “De Terça pra Quarta”, de Victor Costa Lopes, da Universidade Federal do Ceará. Completando os Programas Brasileiros, dez curtas-metragens que são resultado das últimas temporadas das Oficinas Kinoforum, que promoveu atividades com crianças, jovens e adultos, entre novembro de 2014 e março deste ano, nos bairros de Vila Alpina e Jardim Ângela.

26º FESTIVAL INTERNACIONAL DE CURTAS-METRAGENS DE SÃO PAULO
Datas: 19 a 30 de agosto de 2015 – Entrada gratuita
Locais: MIS, CineSesc, Cinemateca, Espaço Itaú Augusta, Centro Cultural São Paulo, Cine Olido, Cinusp  e espaços do Circuito Municipal de Cultura
Informações: www.kinoforum.org/curtas / www.facebook.com/kinoforum

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