“Um Homem de Família” (2000)
É possível amar alguém ou apaixonar-se por quem somente vimos uma única vez? E quando o encontro que dado por terminado inesperadamente volta a ocorrer mais uma vez, é possível? Mesmo que a razão tenha o comando de nossas ações em vida e que na maioria das vezes racionalizamos o sentir, fica claro que a intuição do amar é de tamanha força que os sentidos tomam proporções avassaladoras e maiores do que o pensar. O cheiro, o olhar, o sorriso fácil sem dificuldade, sem obstáculos; é bom estar com esse alguém, na sua companhia. O desenfreado sentimento que pulsa e arrepia os pelos tanto quanto conecta de formas distintas porém conexas à atração de um pelo outro, é o sinal de que não há mais o desconhecimento daquele ou daquela, contudo, há o mais simples e sutil aroma da vida: o amor. Como definir o primeiro beijo? O coração pulsa, acelera, os dedos tremem, o corpo esquenta, os lábios se tocam devagar e com o tempo, há um formigamento, uma sensível sensibilidade que atinge nossa boca, ele é, pois, a ligação concreta desses dois seres.
A pergunda mais banal de todas, porém, mais importante é “Quem é você?” Sempre que fazemos tal pergunta pensamos em trabalho, onde se vive, o que os familiars fazem, etc. Por que não podemos ser quem somos, isto é, o que gostamos, o que desgostamos, o que temos prazer ou não de fazer, quais cores apreciamos mais, qual temperatura é a mais ideal, praia ou montanha, essas coisas. Sempre nos definimos por coisas tão superficiais que jamais chegamos perto de realmente sermos quem somos, realmente! Não que a descoberta pelo eu em si seja fácil de ser encontrada ou de ser revelada mas só de haver tal procura, acredito que evoluimos como seres humanos, tanto para conosco quanto para às pessoas que nos rodeiam.
O olhar de alguém quando olhado de forma profunda assim a nos deixar envergonhados, sem reação, é o sinal que algo acontece. A conexão entre dois seres acontece por acontecer, é o elo entre os cheiros, os sabores dos toques de pele, e principalmente da troca de olhar que pode-se confirmar a paixão. E nada mais que as próprias palavras dos personagens para definir o sentimento mais puro desse mundo, e assim, é de clareza tamanha, que afirmo que Um Homem de Família (The Family Man) é um dos filmes mais bonitos que eu ja vi.