Crítica: Será Que?
Quando vi a capa do filme no Netflix, algo chamou minha atenção. Um azul forte no fundo, com o nosso eterno Harry Potter em uma comédia romântica. Resolvi assistir. De cara já digo: clichê. Não vou ser tão chata a ponto de dizer que a história é como todas as outras comédias românticas do planeta. De fato é uma história interessante e um tanto diferente, mas com muitos elementos previsíveis até o final do filme. Tinha tudo para ser envolvente! Infelizmente não é um daqueles filmes que eu pretendo assistir de novo.
Wallace (Daniel Radcliffe) é um cara com o coração partido após sofrer uma traição da namorada. Completamente desiludido com o amor, perdeu o interesse em sair de casa e entrou em um estado de isolamento social com a sua dor. Vive com a sua irmã e sobrinho no Canadá. Até que ele conhece Chantry (Zoe Kazan) em uma festa, e, claro, tudo em sua vida vai mudar. Porém, ela tem um relacionamento de longa data com outro homem (Rafe Spall) a ponto de morar com ele e ser muito feliz. Até aqui acho que todo mundo já desvendou o final. Eu não vou ser hipócrita e dizer que odeio comédias românticas clichês. Muito pelo contrário, até gosto demais de algumas! Mas precisa ser cativante… E essa aqui não é muito não. Mas continuando, Wallace e Chantry decidem que vão manter um relacionamento só de amigos (por isso o título do filme em alguns países é “The F Word”, sendo F para Friends), sem se importar com o que as outras pessoas irão pensar. Mas Wallace passa grande parte do filme no dilema entre revelar seus sentimentos para Chantry ou deixar as coisas como estão. O estado depressivo do personagem me lembrou muito o de Tom em “500 dias com ela” (filme fantástico, por sinal).
Radcliffe nunca foi um excelente ator. Que me confirmem isso os fãs de Harry Potter! A única atuação dele que me surpreendeu até hoje foi em “A Mulher de Preto” (The Woman in Black, 2012), tanto que foi a única vez em que consegui desvincular ele de seu personagem padrão – Potter. Então não estava esperando grandes surpresa, e ele atuou do modo que todos estamos acostumados. Kazan não conseguiu demonstrar a emoção da personagem. Achei a atuação meio forçada, sem expressões. A química entre os dois ficou boa, talvez porque ambos não manifestaram as afeições de maneira convincente. De repente, se fossem dois atores diferentes, eu apreciaria mais o filme. O responsável pela direção foi Michael Dowse.
Uma boa qualidade dessa comédia romântica é o roteiro simples. Apesar das falhas, o filme não chega a ser pesado em nenhum momento e não possui cenas monótonas. A dinâmica flui de maneira harmoniosa, possuindo um começo, meio e fim extremamente característicos. Com uma pitada de comédia em cada cena, há uma quebra dos momentos mais tensos, e acredito que seja por isso que o filme não é classificado como um drama.
Em minha opinião, 3 claquetes está muito bom. Filme médio com um elenco médio e com uma história que poderia ser muito melhor explorada de maneiras diferentes.