Crítica: Drácula - A História Nunca Contada
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Crítica: Drácula – A História Nunca Contada

Monstros, super-heróis e universos compartilhados.

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Com o sucesso de Os Vingadores e do universo compartilhado da Marvel, os outros estúdios decidiram embarcar na inesgotável fonte de dinheiro que um universo compartilhado pode render, com inúmeros Spin-offs, séries etc. A Warner tem o universo DC, a Sony tem o Homem-Aranha, e a Fox tem os X-men e o Quarteto FantásticoCoube a Universal, responsável por este Drácula – A História Nunca Contada, iniciar seu universo compartilhado no cinema da forma que pode, já que não tem os direitos de um super-herói ou equipe para chamar de seu. Ou será que tem? O Drácula visto aqui se torna parte super-herói, parte monstro, parte galã (que, nos filmes anteriores do vampiro já havia se tornado uma característica, de fato). Aqui se inicia, então, o Universo dos Monstros da Universal. Uma ideia até boa: há personagens para isso, a parceria com a Legendary Pictures injeta ânimo e o universo é justificável, já que o próprio estúdio havia feito um crossover com quase todos seus monstros (que incluem o monstro de Frankenstein, O Monstro da Lagoa Negra, A Múmia, O Lobisomen entre outros) na obra  “House of Frankenstein”, de 1944. O problema é justamente esse: criar o universo e fazer uma obra que funcione como cinema. Ou no caso, entretenimento.

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A história é simples: O reino do príncipe Vlad Tepes, o empalador, é ameaçado pelos Turcos, e Vlad deve se tornar um mostro temido pelo seu próprio reino para obter o poder que precisa, protegendo sua família e as de todo seu reino. Mas não é a história que importa aqui. Novamente, ela serve apenas como base para a Universal iniciar seu universo compartilhado dos monstros, como já mencionado.

Apenas mais um produto

O filme admite-se um produto, então vamos encará-lo como tal. Há boas cenas de ação, o diretor Gary Shore tem consciência do material e não enrola na história rasa, as atuações são competentes, os vilões são caricatos na medida… se o filme é um produto, pelo menos é um produto consistente. Destaque para a atuação de Luke Evans, que demonstra carisma e talento para as cenas de ação e Charles Dance, que tem presença e faz um vampiro mestre interessante. A fotografia é boa, os efeitos são competentes e a trilha sonora é a mesma trilha genérica dos blockbusters de hoje em dia.

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O “peso” dramático das escolhas e das matanças de Vlad soa superficial e raso. Por sorte, Evans é carismático e compramos seu dilema por reconhecer seu rosto de obras melhores, com personagens mais tridimensionais. Aqui, ele é um guerreiro relutante que ganha os poderes de um monstro, que na verdade são bem “cool e descolados”… Ao se tornar Drácula,  temos não um monstro, como mencionado no filme, mas sim um anti-herói que faz pose de atormentado.

O problema é que o filme tem boas ideias em relação ao mito do vampiro e se fosse dado um pouco mais de espaço para seu desenvolvimento teríamos uma obra mais relevante. Porém, temos um filme certinho demais. É um filme que não se arrisca, fica na zona de conforto e faz, sim, um produto “redondo” e que deve agradar audiências, mas não é nada mais do que isso.

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Sobre o universo compartilhado… o filme trata de forma interessante e energética o mito do vampiro mas percebe-se a intenção de criar uma franquia, como o já mencionado universo compartilhado de monstros à la Vingadores. Pelo menos os realizadores têm consciência do “produto” e o filme é bem curto, não fugindo das pretensões de entreter e criar o tal “universo compartilhado dos monstros da universal (que não tenho a mínima ideia de como isso possa funcionar, visto o rumo que o final toma)”. E, ao presenciar uma espécie de Nick Fury deste universo aparecer ao final, não pude conter uma leve risada de vergonha alheia.

  • Nota Geral:
3

Resumo

O filme tem boas ideias em relação ao mito do vampiro e se fosse dado um pouco mais de espaço para seu desenvolvimento teríamos uma obra mais relevante. Porém, temos um filme certinho demais. É um filme que não se arrisca, fica na zona de conforto e faz, sim, um produto “redondo” e que deve agradar audiências, mas não é nada mais do que isso.

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