Indústria do audiovisual contribui com mais de R$ 19 bilhões por ano para a economia brasileira
RioMarket apresentou estudo inédito sobre o setor em sua programação
O RioMarket, área de negócios do Festival do Rio, apresentou ontem o estudo inédito “Contribuição Econômica do Setor Audiovisual Brasileiro”. O debate, formado por Ricardo Castanheira (Motion Picture Association) e Silvia Rabelo (Sicav), fez uma análise completa sobre o setor e apresentou dados atualizados.
O estudo foi desenvolvido pela Tendências Consultoria Integrada para a Motion Picture Association na América Latina (MPA-AL) e o Sindicato Interestadual da Indústria do Audiovisual (SICAV), revela que o segmento audiovisual foi responsável por 0,57% do PIB brasileiro em 2009, contribuindo diretamente para a economia com R$19,8 bilhões, e indiretamente com R$ 15 bilhões (em valores de 2013, corrigidos pelo IPCA/IBGE). O documento também aponta que o setor obteve no mesmo ano um faturamento bruto de R$ 42,8 bilhões, também a valores corrigidos.
Ainda segundo o estudo, em 2012, a indústria audiovisual foi responsável pela criação de cerca de 110 mil empregos diretos e de 120 mil indiretos. Com isso, pode-se afirmar que para cada emprego gerado no setor, outros 1,09 são gerados nos demais setores da economia.
No que tange à questão tributária, a arrecadação direta de impostos foi da ordem de R$1,6 bilhão em 2009, equivalente a R$ 2,1 bilhões em 2013, enquanto a arrecadação gerada pelo impacto indireto em outros setores foi de, aproximadamente, R$ 1,2 bilhão, também em valores corrigidos.
Esses números colocam o audiovisual em uma posição comparável à de outros importantes setores de serviços, tais como os de turismo, impressão e esportes. Em 2012, por exemplo, o audiovisual gerou uma massa salarial de aproximadamente R$ 4,2 bilhões, a qual apresentou um crescimento de 37% nos últimos anos (em 2007, esta havia sido R$ 3 bilhões) e que corresponde a 2,6 vezes a massa gerada pelo setor de turismo.
Para Ricardo Castanheira, Diretor-Geral da MPA-AL, entidade presente no Brasil há 70 anos representando os maiores estúdios de cinema do mundo, a grande contribuição do estudo é trazer à tona informações que demonstram a enorme contribuição do audiovisual para o desenvolvimento econômico e social do Brasil, apontando ainda caminhos para o aperfeiçoamento do quadro legal e regulatório. “Confirma-se assim o gênio criativo dos brasileiros e a oportunidade imensa para esta indústria crescer no país e no estrangeiro, assim como a relevante contribuição social e econômica na criação de empregos qualificados. É importante unir esforços e encontrar as melhores soluções legais e regulatórias que promovam ainda mais o potencial do setor, considerando as inovações tecnológicas em curso”, destaca o diretor-geral da entidade.
A presidente do SICAV, Silvia Rabello, acrescenta que o estudo possui grande relevância para o audiovisual brasileiro. “É um levantamento necessário e oportuno porque promove uma análise séria e rigorosa sobre a importância do setor para a economia nacional e aponta importantes caminhos para a respectiva evolução. Dada a relevância cultural, social e econômica do nosso setor, são necessárias mais ações que estimulem o respectivo desenvolvimento sustentável, a modernização e internacionalização”.
O estudo também traz dados da última Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2008-2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (POF-IBGE), demonstrando que a família brasileira disponibiliza cerca 5,0% de sua renda para atividades culturais. Nas classes de renda mais elevada, com renda superior a R$ 6.225,00, os gastos culturais no orçamento aumentam, alcançando 6,3%, diante de 3,6% nas famílias com renda inferior a R$ 830,00. Ou seja, o crescimento dos gastos com cultura é proporcionalmente superior ao incremento na renda. Tal constatação revela boas perspectivas de crescimento para o setor no Brasil, que tem experimentado um processo de evolução de renda e ascensão social na última década.
“O estudo oferece uma contribuição consistente e bem fundamentada sobre o direcionamento das políticas de regulação e fomento ao setor, à luz do impacto considerável que o audiovisual provoca em diversos setores da economia”, constata o especialista da Tendências Consultoria, Fernando Botelho.
MPA
A Motion Picture Association – América Latina (MPA-AL) está no Brasil desde a década de 40 do século passado e tem entre seus membros: Walt Disney; Paramount; Sony Pictures; Twentieth Century Fox; Universal e Warner Bros. É missão da MPA-AL a promoção e o estímulo à criação e à inovação no setor audiovisual, primando pela valorização e fomento do processo criativo, enquanto vetor que permita com que conteúdos audiovisuais e de entretenimento cheguem com qualidade para todos os públicos.
A MPA-AL além de representar os interesses dos estúdios associados, tem acompanhado os cenários político e econômico no que se refere ao setor audiovisual. A MPA-AL tem por objetivo estimular e consolidar parcerias com os atores do setor audiovisual brasileiro, nos campos público e privado, bem como promover o intercâmbio de expertises e a valorização global do mercado audiovisual. A MPA-AL é parceira e dialoga permanentemente com os agentes do setor.
Tendências Consultoria Integrada
Fundada em 1996, a Tendências é uma das maiores consultorias econômicas do Brasil. Constitui referência em assuntos econômicos, financeiros e políticos, reunindo renomados consultores experientes nos mais variados campos do conhecimento econômico e político.
As maiores empresas e instituições financeiras do País tomam decisões com base em suas análises e estudos econômicos. É a única consultoria econômica da América Latina no ranking das 20 líderes mundiais em economia da concorrência da Global Competition Review (GCR).
SICAV
O SICAV representa as empresas do setor audiovisual dos estados do Rio de Janeiro, Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins; tendo como missão representar os interesses do setor nos âmbitos federal, estadual e municipal. Cabe ao sindicato o estudo, coordenação, proteção e representação legal da categoria econômica da indústria cinematográfica, da indústria audiovisual, categorias similares e conexas, trabalhando no sentido de agregar novos modelos de negócio, e aperfeiçoar os já existentes, em busca de uma menor dependência do Estado.