Novos hábitos
É domingo à noite, não estou muito animado para a segunda-feira e o final de semana passou rápido demais. A roupa limpa está dentro do cesto, me observando por entre os buraquinhos, esperando para ser passada. As atividades domésticas de domingo se tornam fundamentais quando se começa a morar sozinho (até então, existia um buraco negro no caminho entre o cesto de roupa suja e o aparecimento dela no armário, uma semana depois, macia, lisa e cheirosa). Respirei fundo, abri a tábua de passar, posicionei o cesto estrategicamente ao meu lado e… liguei a TV.
Há alguns anos atrás, quando sai da casa dos meus pais para conquistar o mundo, tive que aprender por bem ou por mal os afazeres domésticos. Lavar e passar a roupa, limpar o banheiro e a cozinha, varrer, passar o pano, tirar o pó, organizar o guarda-roupa, jogar o lixo fora, etc. Além disso, a maior dificuldade de todas, ter de lidar com uma dúvida cruel e complexa: usar desinfetante, Veja Multiuso, desengordurante ou álcool?
Por isso, me dei conta de que talvez eu pudesse relacionar uma atividade que eu gostava com uma que eu não gostava, no caso, passar roupa. Comecei a pensar quais alternativas eu poderia criar e não foi fácil encontrar algo que eu gostasse muito de fazer. Por fim, cheguei a uma conclusão: documentários! Sim, por que não? Eu adoro assistir a documentários (apesar de às vezes ficar com sono), sempre consigo aprender alguma coisa, pensar sobre a educação do país, alimentação, fast food, drogas, aquecimento global, etc.
Foi incrível perceber como passar roupa se tornou uma atividade prazerosa! “Fantástico, consegui unir o útil ao agradável”, pensei. Para você ter uma ideia, eu cheguei ao ponto de ir ver se a roupa do varal já estava seca, porque tinha um documentário que eu queria assistir.
Desde então, atividades domésticas, como esta, se tornaram muito mais fáceis. Tenho pensado ultimamente sobre quais outras relações eu posso fazer, como: limpar a casa ouvindo podcasts, ler um livro na esteira, ou ainda, lavar a louça ouvindo música. Você tem alguma outra sugestão?
Assistir a um filme, além de ser uma atividade agradável, pode, também, te ajudar a enxergar outras tarefas chatas de uma maneira diferente. Acho que podemos adicionar este fato como um resultado indireto do “Cinema que nos inspira”. Por isso, já vou começar a te ajudar a criar novos hábitos! Caso você esteja pensando “ah, mas eu não sei quais documentários são bons” ou “por onde devo começar?”, eis aqui uma lista com os últimos documentários que eu assisti, já pode ligar o ferro de passar e posicionar-se em frente à TV. Enquanto isso, eu te espero aqui para saber como foi a experiência.
– Criança, a alma do negócio (2008).
– Quando sinto que já sei (2014).
– Quebrando o tabu (2011).
– Pro dia nascer feliz (2006).
– Sicko (2007).
– Capitalismo: uma história de amor (2009).
– O dia que durou 21 anos (2013).