Robin Williams e sua carreira memorável
Nesta segunda-feira (11/08/14) o cinema perdeu um grande nome quando foi anunciada a morte do ator Robin Williams, de 63 anos. Foi com grande choque que recebi essa notícia, ainda mais por ser uma suspeita de suicídio. Afirmo com toda a certeza que qualquer pessoa tem a capacidade de citar ao menos um filme de grande sucesso protagonizado por Williams. E muitos de seus filmes estão na lista dos favoritos de muita gente.
Sua carreira como ator iniciou-se em 1977, e até ontem ainda estava na ativa. Foi uma carreira extensa, trabalhosa e muito bonita. Seus personagens tocaram muitas pessoas, desde crianças até os mais velhos, trazendo risadas e lágrimas. Não quero escrever sobre sua morte, mas sim sobre sua vida. Quero lembrar o que Williams eternizou em seus personagens, as lembranças deixadas em cada fala e em cada gesto representado nas telas. Por isso quero lembrar alguns filmes protagonizados por ele, filmes que não serão esquecidos tão cedo, ou talvez nunca. A lista é longa, mas tentei ser breve. Mesmo que ele não esteja mais aqui, seus personagens sempre estarão.
Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society, 1989)
Williams assume o papel de John Keating, um professor de inglês em uma escola conservadora para garotos. O filme possui uma mensagem no estilo Carpe Diem, ou seja, aproveitar a vida ao máximo, contestar com o que não achar correto, desenvolver o pensamento crítico e perseguir seus sonhos. Venceu o Oscar de Melhor Roteiro, e foi indicado ao Oscar de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Ator (Williams).
“And medicine, law, business, engineering, these are noble pursuits and necessary to sustain life. But poetry, beauty, romance, love, these are what we stay alive for.”
Hook – A Volta do Capitão Gancho (Hook, 1991)
Na direção do aclamado Steven Spielberg, Robin Williams é o famoso Peter Pan. Ao lado de outros grandes atores, como Julia Roberts (Sininho) e Maggie Smith (Avó Wendy), o filme se passa quando Peter Pan é um advogado adulto que deixou para trás a sua infância. Porém, quando Capitão Gancho seqüestra seus filhos, Peter deve lembrar-se do passado e voltar para a Terra do Nunca. Um filme que provavelmente faz parte da infância de muitos, não consigo pensar em outro ator que poderia ter interpretado Peter Pan da forma que Williams conseguiu.
“To die would be a grand adventure!”
Uma Babá Quase Perfeita (Mrs. Doubtfire, 1993)
Filme memorável. Chris Columbus dirigiu essa comédia de grande sucesso, onde Williams é Daniel Hillard, um homem divorciado que se veste de mulher para trabalhar como babá de seus filhos. A atuação de Williams nesse filme é inquestionável. Quem nunca quis uma babá como aquela? Em uma biografia de Robin, consta que, para testar a qualidade de sua maquiagem e manequim, ele foi fazer compras em uma livraria vestido de babá e ninguém o reconheceu. Não é à toa que esse filme lhe rendeu o Globo de Ouro de Melhor Ator. Além disso, também venceu o Oscar de Melhor Maquiagem.
“Watch your mouth, young man!”
Jumanji (Jumanji, 1995)
É o filme protagonizado por Williams que mais fez parte da minha infância. Não consigo contar, nem sequer chutar, quantas vezes eu assisti a esse filme. Alan Parrish, ainda criança, encontra um jogo escondido chamado Jumanji, e chama sua amiga Sarah Whittle para jogar. Porém, o jogo aprisiona o garoto em uma floresta, e Sarah, apavorada, interrompe o jogo e tenta esquecer essa história. Vinte e seis anos depois, duas crianças encontram o jogo e continuam a jogar. Isso acaba por libertar Alan Parrish já adulto, que é encenado por Williams. A partir daí, eles precisam encontrar Whittle para continuar a jogar até o final e dar um fim em toda a loucura causada por Jumanji. Mas em cada jogada, algo acontece… É um dos melhores filmes de todos os tempos! Robin consegue passar o desespero de ter ficado vinte e seis anos preso em uma floresta, e ao mesmo tempo manter a inocência de uma criança.
“I’ve seen things you’ve only seen in your nightmares. Things you can’t even imagine. Things you can’t even see. There are things that hunt you in the night. Then something screams. Then you hear them eating, and you hope to God you aren’t dessert. Afraid? You don’t know what afraid is.”
Jack (Jack, 1996)
Outro filme ao qual a atuação de Williams é espetacular. Um menino de 14 anos com um físico de um homem de aproximadamente 40 anos. Esse foi o desafio proposto para Robin Williams, que o cumpriu com total sucesso. Jack (Williams) tem uma doença genética que faz com que seu metabolismo funcione de uma maneira muito mais rápida que o normal. Mas mesmo assim, ele vai para a escola e interage com outras crianças, que escolhem aceitar ou não a aparência de homem que Jack possui. É um filme muito bonito, e aconselho lenços para acompanhar.
“Because in the end, none of us have very long on this Earth. Life is fleeting. And if you’re ever distressed, cast your eyes to the summer sky when the stars are strung across the velvety night. And when a shooting star streaks through the blackness, turning night into day… make a wish and think of me. Make your life spectacular. I know I did. I made it, Mom. I’m a grown up.”
Gênio Indomável (Good Will Hunting, 1997)
Rendeu à Williams o Oscar de Ator Coadjuvante. Will Hunting, um rebelde e arrogante gênio da matemática (Matt Damon) precisa fazer terapia, e seu psiquiatra é Sean Maguire (Robin Williams). Hunting começa a se identifica com Sean, e é nele que encontra forças para superar seus problemas.
“You don’t know about real loss, ‘cause that only occurs when you love something more than you love yourself.”
Patch Adams – O Amor é Contagioso (Patch Adams, 1998)
Talvez o filme mais bonito protagonizado por Williams, que faz o papel de Patch, um estudante de medicina que vê as coisas de forma diferente. Patch gosta de trazer alegria aos seus pacientes, e sua forma de tratá-los é questionada por seus colegas e até pelo reitor da universidade. Mas esse desafio não o impede de continuar com os seus próprios métodos: a felicidade aos seus pacientes. Williams consegue misturar a comédia com o drama, continuando com o seu modo simples de passar a essência do personagem para as telas. Recebeu indicação ao Globo de Ouro de Melhor Ator e indicação ao Oscar de Melhor Trilha Sonora.
“You treat a disease, you win, you lose. You treat a person, I guarantee you, you’ll win, no matter what the outcome.”
O Homem Bicentenário (Bicentennial Man, 1999)
No papel do robô Andrew, Williams supera mais um obstáculo: interpretar um robô com personalidade própria. Dirigida por Chris Columbus, Williams consegue passar o desejo de Andrew em ter uma vida livre.
“I try to make sense of things. Which is why, I guess, I believe in destiny. There must be a reason that I am as I am. There must be.”