Crítica: Frankenweenie
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Crítica: Frankenweenie

Todos sabem que Tim Burton ganhou uma força muito grande no cinema principalmente pela sua linguagem “sombria-cômica”. Foi assim com “Edward, Mãos de Tesoura”, “A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça”, “A Noiva Cadáver”, “Sweeney Todd”, “Sombras da Noite” e não poderia deixar de ser em “Frankenweenie”, filme de 2012, que levou Tim a brincar novamente com bonecos em um stop-motion.

“Frankenweenie” é um remake de um curta que o próprio Tim fez em 1984. Porém, agora o diretor resolveu fazer um longa e transportar a história de um live-action para um stop motion e totalmente em 3D. Esta foi a primeira obra que Burton fez sem a companhia do ator Johnny Depp desde “Peixe Grande” e “Suas Histórias Maravilhosas”, e a primeira sem sua esposa e atriz Helena Bonham Carter desde “A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça”. Ou seja, se o filme trazia tanta coisa nova, realmente colocaria na tela um pouco mais do artista Tim Burton.

O filme é uma parodia de “Frankenstein” de Mary Shelley, onde um homem acaba sendo ressuscitado com pedaços de corpo de outras pessoas em um experimento de um cientista louco. Aqui, Victor Frankenstein, é um garoto que perde seu melhor amigo, o cão Sparky num acidente de carro. Após alguns dias de depressão de tristeza, Victor  volta as aulas e lá seu professor de ciências, Sr. Rzykruski, fala sobre bioelectricidade, o que acaba colocando uma ideia na cabeça de Victor: “E se eu aplicasse isso no Sparky? Ele voltaria a vida?”. Com esta ideia fixa na cabeça, o jovem Frankenstein recupera o cadáver do cachorro e escondido dos seus pais começa um experimento que trará o cachorro a vida!

A história já chama a atenção por ser uma adaptação bem humorada de um filme clássico de “terror” para um comédia inocente a ao mesmo tempo, curiosa. Outro ponto que me agrada é a escolha de Burton por narrar o filme em preto-e-branco, uma homenagem / característica muito clara aos clássicos filmes de terror de 1930 e 1940. Alias, uma coisa que o filme ressalta bem são justamente as homenagens que o diretor resolveu fazer para clássicos antigos. Drácula, Lobisomen, Múmia, etc, todos tem uma menção no filme de Burton.

Como filme de Stop-motion, mais uma vez, vale a pena citar o trabalho que este tipo de produção toma. Não só pelos movimentos, mas também pela montagem dos personagens, cenários, ambientações, etc… Alias, algo que se deve deixar bem claro em qualquer roteiro de stop-motion é justamente as características que apontam quem é o personagem principal. Isto porque o boneco fabricado precisa retratar de forma fiel aquilo que suas características mostram.

Podemos dizer então, que “Frankenweenie” é um filme que tem 2 pilares muito fortes: a sua arte em si (stop-motion) e a nostalgia do seu roteiro. Alias, roteiro este que merece algumas menções, como por exemplo a forma como Tim Burton conseguiu adaptar a narrativa dos clássicos filmes de terror para algo muito mais fluido e atual. A própria ideia de colocar um menino com um cão no centro da história é algo que merece pontos positivos. Cenas cômicas como o cachorro perdendo pedaços ou tendo de ser “remendado” é algo que “desumanisa” o animal, e não o deixa como um símbolo de carinho e “fofura”, muito pelo contrário, em alguns momentos do filme, temos a certeza absoluta que o animal esta realmente morto, e apenas vive por um acaso.

“Frankenweenie” ganha com essa leitura ampla do roteiro, mas perde se formos olhar o filme de uma maneira mais minuciosa, ou seja, quando começamos a questionar, e observar, vemos que é um roteiro clichê, e que acaba trazendo poucas novidades em termos de narrativa. O filme acaba sendo um marco como algo nostálgico e até artistico, mas como filme, é previsível e pouco envolvente.

De qualquer maneira, como um belo stop-motion que é, minha sugestão é que assista a este filme, principalmente se é fã de clássicos de terror. Certamente é um filme que irá lhe divertir e te trazer lembranças de películas que marcam época.

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