Crítica: 300 - A Ascensão do Império
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Crítica: 300 – A Ascensão do Império

300-aascensaodoimperio_posterA “continuação” do filme “300”, dirigido por Zack Snyder, chegou oito anos após o primeiro filme. O motivo de tanta demora pode não ter explicação, mas o resultado pode ser ruim para a bilheteria, já que o tempo pode ter dissipado os fãs.

Diferente das continuações e pré-continuações (prequels) que recheiam Hollywood, este filme ao menos faz algo raro: um filme que se passa ao mesmo tempo que o anterior. Em vez de ser focado na batalha dos 300 soldados espartanos que se juntaram a Leônidas, o filme se volta a Temístocles (Sullivan Stapleton), que se vê em meio a batalhas marítimas contra Artemísia (Eva Green), a comandante naval do deus-rei Xerxes (Rodrigo Santoro).

Se o diretor Noam Murro mantém a qualidade que Zack Snyder (apenas roteirista, desta vez) imprimiu no filme anterior, o mesmo não pode ser dito sobre o próprio Snyder, que teve alguns tombos ao longo do roteiro.

As flechas que voam pelos céus da Grécia Antiga e fictícia formam belas imagens, assim como os remos que refletem na água. Embora uma luz amarelada insista em causar alguns incômodos, provavelmente de forma a disfarçar as imperfeições de um mundo inteiro criado em CGI, há de se valorizar algumas escolhas do diretor, como a câmera em primeira pessoa em alguns momentos. O excesso de câmera lenta incomoda em alguns momentos, mas já era esperado.

300: RISE OF AN EMPIRE

 

300-aascensaodoimperio_03Há dois grandes problemas no roteiro: a insistência em uma subtrama repetitiva e alguns momentos em que subestima o espectador. Insatisfeito em mostrar uma subtrama em que filho e pai lutam na mesma guerra no primeiro filme (algo provavelmente vindo da graphic novel original), Snyder opta por repetir o mesmo tipo de escolha, mas desta vez surge com dois atores (Callan Mulvey e Jack O’Connell) que, além de não terem semelhança física ou idade que remeta ao relacionamento de pai e filho, não trazem absolutamente nenhuma química emocional. Um dos momentos em que o filme subestima o espectador é quando opta por exibir a cena da morte do pai de Xerxes duas vezes (e a segunda vez em que isso acontece é desnecessária e corta abruptamente uma cena que poderia ter alguma carga drmática). Não fosse isso o bastante, o longa nos premia com uma situação no mínimo constrangedora: após ver a morte de seu amigo, Temístocles responde ao filho dele que as últimas palavras do leito de morte serão ditas “quando vier o tempo certo”, apenas para dizê-las algumas cenas depois – além de ser uma sequência sem nexo, a “revelação” das últimas palavras do pai não se contenta em ser vazia de emoção, como demonstra que O’Connell não fez nenhum esforço para melhorar a cena com sua atuação.

Preocupado em abrir possibilidades para o personagem Xerxes (possivelmente de olho em mais uma continuação), o roteiro parece incompleto por simplesmente se esquecer de ao menos sugerir a reação do personagem de Santoro ao que acontece durante a guerra.

Ao menos Snyder ousa novamente em repetir o que já fez em “300” e “Watchmen”: uma cena de sexo mais ousada que o normal nos típicos blockbusters.

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