Crítica: Eu Maior
Quem sou eu? Para onde vou? O que sou? Este tipo de questionamento já assombrou a qualquer pessoa que ousou se questionar sobre a própria existência. O documentário “Eu Maior” busca apresentar estas questões, debatê-las e mostrar diversos profissionais, estudiosos e detentores de conhecimento que possam nos ajudar a pensar a respeito do assunto.
Não há uma resposta clara e objetiva. Se o documentário se propusesse a isso, seria um erro abissal. Embora recheado de questionamentos muito comuns dos criticados livros de auto-ajuda, “Eu Maior” não apresenta respostas, até porque são muitos os pensadores a dar depoimento, o que impediria qualquer ponto de vista único. Um espectador pensativo e inquieto certamente vai sentir a necessidade de pausar o filme por alguns minutos, seja para digerir questionamentos, pensar em outros ou apenas acompanhar o que é dito.
Mesmo com algumas imagens externas e pequenos respiros no vídeo, trata-se do famoso “compilado de entrevistas”, ou seja, o tradicional documentário sem inovações. Mesmo assim, o filme faz pensar e pode até mesmo emocionar. No começo, “Eu Maior” parece apresentar questões vazias: é a partir do momento em que mostra personagens como Marina Silva e Laís Bodanzky que enriquece: afinal, não há palavreado rebuscado sobre a vida que supere a capacidade que a experiência de outros pode ter sobre as nossas. Quando uma educadora conta uma experiência que teve ao aconselhar uma idosa, o espectador compreende muito melhor sobre a própria vida do que apenas ouvindo exposições filosóficas.
É uma pena que tenha se preocupado apenas em falar com “autoridades”. Mesmo com pessoas com menos evidência aparecendo entre atores, filósofos, cientistas e teólogos, fazem falta pessoas simples. Afinal, deve ser mais fácil encontrar uma explicação para a felicidade vinda de um sertanejo anônimo, uma vendedora de cachorro quente ou um padeiro. Muito mais que dos “entendedores do assunto”.