Entenda por que o cinema brasileiro não vai bem como pensamos
Quem olha para as principais bilheterias do cinema brasileiro em 2013 pode se encantar com os números: eles passam longe do que Hollywood arrecada nas terras tupiniquins, mas conquistam cada vez mais a aceitação do público.
É o que você pensa.
Conforme uma análise recente do jornal O Estado de São Paulo, baseada em dados da Ancine e de distribuidores, o cinema brasileiro tem dados alarmantes. Confira alguns dos mais importantes:
– A expectativa do cinema nacional é fechar o ano de 2013 com uma participação de 16 a 17% do bolo de espectadores. Ou seja, a cada 100 ingressos vendidos no Brasil, apenas 16 são para filmes brasileiros.
– Mesmo com um aumento anual de 7% no número de salas de cinema no Brasil, fica cada vez mais caro lançar filmes no país, o que dificulta para as produções mais modestas.
– Dos 115 filmes nacionais lançados em 2013, 15 dividem 98% da renda, e 2% do resta é dividido entre os outros 100 filmes.
Exemplos de bilheterias desiguais no Brasil:
“O Tempo e o Vento”, de Jaime Monjardim, fez mais de 700 mil espectadores. Parece bastante, mas para um filme que custou mais de R$13 milhões, é pouco.
“O Som ao Redor” conquistou em 2013 apenas 96 mil espectadores, e só porque foi empurrado pelas críticas positivas a ser exibido em horários alternativos.
Cota de filmes nacionais:
De acordo com a lei da Ancine, as salas exibidoras de filmes devem cumprir cotas mínimas que variam de 28 a 63 dias por sala durante o ano, exibindo de 3 a 14 filmes nacionais no ano de 2013. Agora, a agência deve calcular qual será a cota de tela para 2014, que possivelmente vai aumentar. No entanto, o receio dos produtores é que esta lei promova apenas o aumento de público dos grandes blockbusters nacionais, que são frequentemente comédias bobas.