Crítica: O Conselheiro do Crime (The Counselor)
Algumas vezes tenho problemas falar sobre um filme como este. Afinal de contas, várias pessoas consideram um bom diretor ou ótimo ator motivos para assistir e até mesmo gostar de um filme. Certo? Claro que é certo! Não dá para dizer que o filme é ruim. Digamos que “tem tudo de bom” no filme, principalmente quanto temos um time com um bom diretor e pelo menos três ótimos atores junto de outros bons atores.
Com isto em mente, recentemente fui até o cinema assistir “O Conselheiro do Crime” (The Counselor) de Ridley Scott (Gladiador) com Michael Fassbender (X-Men: Primeira Classe), Cameron Diaz (O Besouro Verde), Brad Pitt (O Homem da Máfia), Penélope Cruz (Vicky Cristina Barcelona) e seu marido Javier Bardem (007 – Operação Skyfall). Oras… temos um excelente time!
Existem algumas coisas interessantes neste filme: descobri o que é um “bolito”, entendi algumas coisas sobre o tráfico de drogas entre o México e os EUA, e vi uma cena da Cameron Diaz com Javier Bardem junto à uma Ferrari que realmente, como o próprio personagem de Bardem afirma, é algo difícil de se esquecer.
Fassbender, atua como protagonista em boa interpretação, assim como Bardem e, surpreendentemente, assim como Cameron Diaz. Pitt e Penélope Cruz estão um pouco apagados com papéis até pequenos para eles. Mas algo no filme estava estranho… e isto se revelou de duas formas: primeiro, apenas quatro pessoas estavam na sala de cinema assistindo o filme; segundo, após uns 70 minutos de filme a população da sala reduziu pela metade… após esta redução “drástica”, cheguei a conclusão que eu teria que assistir este filme outra vez para entender bem o que estava acontecendo.
Com pouca gente assistindo, com o roteiro, com a história em geral, me senti como estivesse assistindo um filme “cult”, como os filmes de Stanley Kubrick, um diretor cujos filmes tenho dificuldade em assistir. Afinal de contas, nos filmes dele nem tudo termina bem ou da forma que o público espera que termine, assim como neste filme. Mas o pior de tudo é o fato de muita gente dizer que ele é um ótimo diretor, e eu não entender o motivo disso.
Mas a coisa que mais incomoda no filme é tentar a resposta para as seguintes perguntas “O que, afinal, Ridley Scott queria contar neste filme? Qual a mensagem ele quer passar? Qual o mote principal? Mostrar a Realidade do tráfico de drogas entre a fronteira do México e os EUA? Surpreender quem estava assistindo? Impressionar? Copiar (mesmo sem saber quem é) Nelson Rodrigues e mostrar “a vida como ela é”? Será que ele errou na mão ou sou eu quem não estou entendendo direito o recado do filme? Afinal, me sinto perdido assim com Kubrick e talvez esteja acontecendo com Ridley Scott.
Realmente vou ter que assistir este filme novamente para entender tudo isso. Porém, vai demorar um pouco, pois existe a possibilidade (historicamente remota, julgando o time todo) desta mistura toda não ter resultado em uma boa liga, e o bolo não cresceu direito. Talvez ao assistir mais uma vez minha dificuldade em falar sobre um filme como este termine.