Crítica: Wolverine – Imortal

Como alguém que praticamente não lê quadrinhos, vou me ater somente ao filme em si.

Dirigido por James Mangold (Johnny e June), este filme traz Logan/Wolverine (Hugh Jackman) vagando sozinho até ser encontrado pela jovem Yukio (Rila Fukushima), que o leva a seu mestre japonês Yashida (Haruhiko Yamanouchi) para que ele agradeça pelo que o mutante lhe fez. No Japão, Logan se verá envolvido em uma trama que envolve um império tecnológico, a jovem herdeira Mariko, por quem se apaixona, e a Yakuza.
Uma das primeiras façanhas dignas de nota do filme é não ter praticamente nenhum ator americano. Com a presença da holandesa Famke Janssen (a Jean Grey em cenas de sonho), o australiano Hugh Jackman no papel principal e a russa Svetlana Khodchenkova como a vilã Viper, os outros atores importantes são todos japoneses, sendo responsáveis por uma grande quantidade de diálogos em japonês, algo incomum em um filme americano deste porte.

É neste ponto que Wolverine encontra sua maior força e, consequentemente, sua fraqueza. Embora seja eficiente em mostrar a força dos acontecimentos que levaram Wolverine à sua atual condição, incluindo o fato de ter, se não a imortalidade, ao menos uma expectativa de vida altíssima, o filme perde força naquilo que se transforma no principal fio condutor da narrativa após o segundo ponto de virada: a jovem e bela Mariko. É possível entender que Logan se permite “esquecer” sua antiga amada após se apaixonar pela herdeira de uma fortuna, mas além de tal acontecimento não ter a força dramática necessária (e ser quase como uma relação James Bond X Bond Girl), como se justifica o fato de ele não desejar ficar com ela? Sim, talvez ele não queira perder mais alguém que ama, mas será que isso se aprende assim, do dia pra noite?

Wolverine fez bem em viajar. Após tomar novos ares conhecer outros lugares e outras pessoas, ele passa a se conhecer melhor. Afinal, é sempre necessário um olhar de fora para que se possa compreender a si mesmo.
Nota: 03 Claquetes
