Crítica: Um Homem de Sorte
Não existe problema algum em se produzir melodramas. Não existe problema algum em fazer um filme com alguns clichês – bem utilizados, eles podem até ser interessantes. Não existe problema algum em adaptar um romance de Nicholas Sparks para o cinema.
É uma pena, no entanto, que o roteiro deste “Um Homem de Sorte” tenha tantas falhas e nenhuma inventividade. Até mesmo a falta de força na temática da guerra soa artificial neste filme. Vamos a alguns exemplos.

Após voltar aos Estados Unidos, Logan decide seguir em busca da mulher que “o salvou” e chega a uma cidade interiorana e pacata com um hotel para cães devidamente rústico. Por algum motivo completamente inexplicável, Logan sente dificuldades em contar para Beth (Taylor Schilling) o motivo que o leva até ali, e acaba aceitando o emprego de ajudante do hotel.

Os percalços encontrados pelo casal apaixonado são tão frágeis quanto suas resoluções. As ameaças do ex-marido de Beth são resolvidas como um simples olhar desafiador e palavras à altura; o problema “gravíssimo” da foto encontrada na guerra é solucionado com um simples pedido de “não vá”; e para finalizar com chave de ouro, um “deus ex-machina” faz chover no momento crucial para que o único problema futuro do casal apaixonado seja solucionado previamente – e acredite, os elementos do roteiro são apresentados de maneira incrivelmente artificial (apenas como exemplo, podemos citar que Keith, o ex-marido de Beth, nunca surge realmente ameaçador).
Com um roteiro tão falho, ainda poderíamos elogiar alguns posicionamentos de câmera que mostram o esforço do diretor Scott Hicks em ser inventivo, mas a fotografia do filme insiste em uma visão completamente idílica da vida no interior, proporcionando cenas que, mesmo belas, nada acrescentam à trama e ainda promovem uma leveza desnecessária.

Mas apenas tapinhas no bumbum em cenas de sexo cheias de pudor não fazem o filme parecer mais maduro.
Nota: 1 claquete
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