Crítica: Melancolia

Melancolia é um disaster movie totalmente diferente dos filmes de fim do mundo que estamos acostumados. O competente diretor Lars von Trier nos apresenta esse filme feito através da parceria de 4 países, Dinamarca, Suécia, França, Alemanha, em duas partes bem específicas.

Em sua abertura, que dura cerca de 10 minutos temos ao fundo a trilha de Tristão e Isolda composta por Wagner e somos apresentados a várias cenas em uma velocidade quase imperceptível e que depois se mostrarão relacionadas a diversas cenas e estados de espírito das personagens.

Na primeira parte intitulado Justine nos são apresentados os personagens principais, a Justine do título é interpretada pela belíssima Kirsten Dunst (que levou o prêmio de melhor atriz no festival de Cannes de 2011 pelo filme), que está indo de limousine junto com seu noivo Michael, interpretado por um vago Alexander Skargaard (Batalha dos Mares e o seriado True Blood) para o seu casamento em uma suntuosa mansão, onde mora a irmã da noiva, a protetora Claire, que ganha vida pela atriz Charlotte Gainsbourg e seu marido John, numa interpretação interessante para o ator Kiefer Sutherland em um dos papéis mais dramáticos de sua carreira.

Apresentados os personagens principais, o diretor nos mostra com uma câmera diversas vezes irritante a festa de casamento e todas as ranhuras nas relações dos personagens, até a culminação do fim do próprio casamento.

Na segunda parte do filme intitulada Claire, avançamos no tempo algumas semanas e já tomamos conhecimento do grande perigo que assola a humanidade, um planeta maior que a Terra chamado Melancolia se aproxima e caso colida com o nosso planeta azul será o fim para todos.

Esse segundo arco do filme se torna mais interessante e menos enfadonho, pois acabamos tendo maior foco nos três personagens principais, Justine, Claire e John, e até mesmo o pequeno filho do casal tem seus momentos. Justine aliás se mostra a personagem melancólica do filme, por pressentir o fim do nosso mundo assim como o fim e decadência de sua própria vida.

O filme ganha pontos por sua fotografia e belas paisagens com destaque para as cenas aéreas que mostram as cavalgadas das irmãs, além de como foi dito no início a belíssima trilha sonora toda instrumental.

Um filme que se força mais nas interpretações e reflexões do tema do que o eminente fim do mundo, filme que vale a pena ser conferido mais pelas duas indagações que causam no espectador do que na trama em si.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=PyRp6guqZis]