Crítica: A Caça

Então você amigo(a) internauta estará pensando: “Imagina! Eu não não sou do tipo que julga os outros”, e eu lhe contrariarei dizendo que todo ser humano é, sim, um julgador por natureza. Seja sincero consigo mesmo, admita que é um julgador(a) por natureza, pois essa é a mais pura verdade sobre nós. Será que você não seria um daqueles que atiraria pedras naquele que dizia ser um “enviado” de Deus? Será que se hoje aparecesse alguém (como já aparece), dizendo que é um enviado de Deus, você não acharia bobagem, tiraria sarro dele, e o condenaria? Então o que nos diferencia daqueles que julgaram Jesus, por exemplo? Outros tempos, outra formas de julgamento, porém, o mesmo propósito, a condenação 
“A Caça” é um filme que abraça exatamente essa natureza humana, ela mergulha da forma mais “covarde” que um ser humano pode chegar a tal julgamento com o ser mais puro que conhecemos…as crianças.
O filme conta a história de Lucas, ex-professor de adolescentes que acaba indo trabalhar em uma creche. O professor é considerado por todos um bom amigo, bom professor, aquele tipo de pessoa que gostamos de ter ao lado. Porém, apesar de viver essa 

É filme é muito bem escrito, é tenso do começo ao fim. Ele oscila entre momentos de tranquilidade e uma tensão muito próxima do pânico entre os personagens, e isso é sem dúvida uma de suas qualidades. Outro bom ponto em temos na história é justamente este conflito entre a inocência infantil e a infantilidade adulta, digo isso, porque temos momentos claros do filme em que a pequena Klara afirma que falou besteiras e que Lucas não fez nada, mas as pessoas acreditam plenamente que ela está confusa e perturbada, e não a escutam, ou seja, é um fato curioso, escutar apenas quando o tema da conversa é “perigoso”, “feio” e não escutar quando é “verdadeiro” ou “autêntico”. Este 
Além deste lado filosófico que o filme nos propõe a pensar, ele também mostra ter uma direção bem segura, e isso deve ser credenciado ao diretor Thomas Vinterberg, que também ajudou a escrever o filme. Ele consegue nos guiar pelo filme de uma forma que nos mostra vários pontos de vista e isso nos dá uma noção muito clara do tamanho da situação, e até mesmo a gravidade que ela toma. A direção de arte e a fotografia são outros ótimos pontos do filme, isto porque existem algumas sequências que são muito bem feitas, saindo de tomadas externos para internas, e a qualidade se mantém da mesma maneira. Um exemplo disso é justamente quando Lucas entrega Klara aos pais depois que a pequena se perdeu, ela entra dentro de casa e brinca com o cachorro com a luz da porta ao fundo, isso deixa amostra apenas sua pequena silhueta.

O cinema dinamarquês nunca foi tão vangloriado como o italiano, por exemplo, porém já produziu filmes de altíssima qualidade, como A Palavra (1995), Festa de Família (1998) e Dogville (2003), porém acredito que “A Caça” chegou para elevar o nome do país, e quem sabe conseguir mostrar mais da cultura deste país que é tão rico.
Confira o trailer de “A Caça”:
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