Obrigado por comprar cigarros: Curta metragem feito “na raça” faz sucesso na web
Um diretor que quer parar de fumar, um roteirista que sonha entrar no cinema e uma frase clichê. Esta é a base da história que deu origem a um curta-metragem de seis minutos, dirigido por Marcel Mallio, capaz de traçar novos rumos da carreira da equipe que o produziu.
Um jovem sai para comprar cigarros após uma noite de amor com a namorada. Mas ele decide não voltar para casa. Começa então uma intensa busca pelo autoconhecimento através de uma reflexão sobre a vida.
Como toda a produção independente nacional, fazer o filme não foi fácil. Mas o esforço foi grande e a equipe conseguiu terminar.
O Cinem(ação) traz uma entrevista exclusiva com Leonardo Castelo Branco, co-roteirista do filme. O entusiasmado roteirista conta detalhes de como o filme foi feito. Em seguida, você pode assistir ao filme, já disponível no Vimeo.
A nós, entusiastas do bom cinema nacional, só nos resta assistir e agradecer pelo trabalho.
1- Como surgiu a ideia de elaborar o roteiro e fazer o curta?
A inspiração surgiu através do Marcel Mallio, diretor do filme, que na época tentava parar de fumar. A ideia era usar a expressão “fui comprar cigarros”, que é um dos maiores clichês que se tem notícia, de maneira diferente – talvez única. Buscamos esse jeito fazendo uso de uma nova linguagem, uma fotografia viva, mas com tons de cinza, que lembra o cigarro, e takes que criassem uma intimidade grande entre os personagens em tão pouco tempo de película.
Eu e o Marcel trabalhamos juntos já algum tempo fazendo filmes de propaganda. Certo dia ele me ligou, me mostrou uma cenas que havia começado a filmar e pediu a minha ajuda trabalhando encima do que ele e Rose Calza tinham escrito. Topei na hora, meu sonho sempre foi ser roteirista de cinema. E foi o assim que o sonho virou realidade.
2- Quais as maiores dificuldades de filmar?
Sem dúvida alguma foi o dinheiro. O filme foi produzido de forma independente, todos ajudaram com custos. Um fato curioso é que o Marcel teve que vender sua moto na pós-produção. Fazer cinema no Brasil é foda, pra não dizer outra coisa. Mas pretendo continuar tentando.
3- Houve algum momento de dificuldade na construção do roteiro?
Houve vários. Durante o processo criativo fiz de quatro a cinco tratamentos no bruto até o roteiro ficar no ponto. Sou bastante autocrítico, preciso ter certeza que cada letra está ali porque deve estar. E o diretor também sempre pede algumas mudanças.
Acho que o processo como um todo é o mais difícil do roteiro de cinema. É preciso pensar além das imagens e das falas, o roteirista tem construir momentos inteiros em que os espectadores se enxerguem ali.
Em “Fui Comprar Cigarros” há muito do cotidiano das grandes cidades, metáforas com a rotina corrida e desordenada e o principal: as indas e vindas, entradas e saídas dessa vida louca.
[vimeo http://vimeo.com/48261836]