“A Inocência dos Mulçumanos”: a consequência de um preconceito
Toda produção leva consigo o peso da responsabilidade. Independente do alto ou baixo orçamento, uma vez filmado, veículado e divulgado, as consequências a se arcar são incontroláveis, sejam elas positivas ou negativas.
Para cada causa há um efeito, e o exemplo disso, repercutido no mundo inteiro em poucas semanas, foi a produção amadora norte-americana “A Inocência dos Muçulmanos”, meio a protestos e muita fúria após sua veiculação na internet. Aparentemente, uma abordagem cínica tomou de conta do filme, dirigido por um veterano da industria pornô.
O filme, que retrata a vida do profeta Maomé de um modo pejorativo e controverso, evocou temas polêmicos como pedofilia, homossexualismo e massacre.
Hillary Clinton condenou o filme contra o Islã e o definiu como “um vídeo repugnante e condenável”, mas a redenção de nada adiantou.
Manifestações, polícia, gás lacrimogêneo e muita destruição. Essas foram parte das consequências sofridas, sobretudo pela embaixada dos Estados Unidos. No mundo todo, aglomerados islamitas se uniram em passeatas, revoltas, e nos casos mais graves, ataques e morte, com todas as embaixadas norte-americanas em alerta, inclusive no Brasil. As manifestações mais violentas ocorreram no Paquistão, onde pessoas morreram por causa da violência. Segundo a BBC, o número de mortos chegou a 15.
Gritando “Morte à América”, centenas de islamitas queimaram bandeiras americanas. A confusão acabou também por levar à morte do embaixador americano na Líbia.
Não bastasse isso, o único vídeo visto até agora é um trailer estendido de 13 minutos, no YouTube. E mais: o filme na íntegra pode até mesmo nem existir. A atriz Cindy Lee Garcia, que atuou na produção, disse ao The Hollywood Reporter que as falas dos atores foram dubladas no trailer e que todos os integrantes da produção confiavam estar participando de um filme chamado “Guerreiros do deserto”. Nem ela mesma teria visto a versão final além do trailer. Além dele, outro vídeo completo de 74 minutos, apenas repete o conteúdo do trailer, reforçando a idéia que o filme de fato não existe e nunca foi exibido.
Marium Mohiuddin, representante de uma organização que trabalha pela integração dos muçulmanos nos EUA, também afirma que o filme não existe. Contudo reconhece que a veiculação do trailer causou a alarmante repercussão entre radicais, que acreditam fervorosamente na existência do filme provocativo.
A versão compilada do vídeo segue abaixo. E você, o que achou da polêmica?
http://www.youtube.com/watch?v=NbEmMIaEijU