Crítica: Piratas da Informática


Desde o começo, “Piratas da Informática” tem diálogos rocambolescos e explicativos. Apressado em contar uma história cheia de percalços e conflitos, o longa não se acanha em explicar, por meio de falas, a “espiritualidade” de Jobs, bem como todas as pontas soltas da história, que vão surgindo ao longo da narrativa. Como é de se esperar de uma produção feita para a TV, os diálogos ainda soam repetitivos e se preocupam em explicar acontecimentos passados do próprio filme.

A melhor característica de “Piratas da Informática” está na caracterização dos personagens principais. Tanto Noah Wyle quanto Anthony Michael Hall atuam com intensidade seus diferentes personagens, e o roteiro destaca bem seus “lados ruins”, criando personagens bastante interessantes – é importante destacar que mesmo sendo pessoas reais e realmente com histórias interessantes, um roteiro poderia transformá-los apenas em personagens unidimensionais, baseados no imaginário que a sociedade faz destas pessoas.

Embora a narrativa seja bastante entrecortada e pouco fluida, o longa é bastante explicativo aos que pouco conhecem a respeito da criação da Apple, da Microsoft e como estas empresas se relacionam, bem como a vida pessoal de Steve Jobs.
E o título não deixa de ser muito interessante: no fim das contas, todos são grandes piratas. Gênios mesmo assim, mas ainda piratas. Afinal, como diria Pablo Picasso: “Bons artistas copiam, grandes artistas roubam”.
Nota: 02 claquetes
