Crítica: Madagascar 3 – Os Procurados
Como que se faz um filme em 3D para crianças? Jogue o máximo possível de coisas na direção do espectador, diria um produtor da Dreamworks. Pelo menos é isso que parece ao assistir ao terceiro longa da lucrativa série de filmes “Madagascar”.
O filme começa com uma introdução muito rápida que mostra os animais Alex, Melman, Gloria e Marty saindo correndo da ilha de Madagascar e indo até a Europa para encontrar os famosos pingüins da série. A partir de então, eles vão se juntar a um circo e tentar voltar para Nova York.
“Madagascar 3” tem tudo aquilo que um desenho infantil (acha que) deve ter para agradar a toda a família: ação desenfreada, piadinhas de duplos (e triplos) sentidos e referências a diversos outros filmes (por pouco achei que a vilã iria derreter em uma gosma prateada e se transformar em Arnold Schwarzenegger). O filme também aposta em um colorido circense que, embora possa ser empolgante em alguns momentos, se torna tão exagerado que parece ter saído de uma equipe viciada em LSD.
Com o claro objetivo de terminar com a possibilidade de novas continuações (eles sabem da capacidade comercial que tem nas mãos), o roteiro do filme cai em um paradoxo ao mostrar o Zoológico como algo que não é mais o lar dos animais, e colocando-os no circo. E o filme também faz referência ao fato de os circos de atualmente não se utilizarem mais animais, o que é óbvio já que na vida real eles sofrem demasiado para simplesmente causar espetáculo aos olhos do público. Talvez seja exatamente isso que o filme queira dizer: animais no circo são divertidos quando ocorre o impossível: e o impossível só se faz possível com uso de CGI e um estúdio em Hollywood. Que os animais fiquem no circo somente nas animações.
Em “Madagascar 3” acontece tanta coisa que só uma criança consegue acompanhar tudo. Fruto de uma geração que utiliza tablet, celular, TV e computador ao mesmo tempo: posta fotos, lê notícias e assiste a vídeos, alternando tudo com tanta rapidez que faz a vida parecer uma animação em 3D… epa!
Na série Madagascar, os animais querem sair do Zoológico para ir a sua “verdadeira casa”, mas chegam à África e descobrem que não é a casa que pensavam. Ao voltar pra casa, descobrem que o verdadeiro lar é outro lugar. Talvez isso seja a verdadeira representação desta geração Y, que muda de emprego e de lar com a rapidez que troca o pijama de bolinhas… coloridas.
Nota: 03 claquetes