Prometheus – Crítica
Ao invés de claquetes poderíamos classificar com pontos de interrogação. Nesse quesito Prometheus receberia 5, porém como o quesito não é o estado mental do espectador pós filme, o mesmo ganha 3 claquetes, meio termo, agradando gregos e troianos.
Prometheus foi um filme muito aguardado pelos fãs de ficção científica, pois marca a volta de Ridley Scott a este gênero, o qual sabe trabalhar muito bem, com dois excelentes filmes em seu currículo, Blade Runner e Alien, lançado aqui no Brasil como Alien – O Oitavo Passageiro.
De uma forma técnica o filme é impecável. Seus efeitos de som são fortes e poderosos, principalmente retratando a nave Prometheus. A trilha sonora casa com o filme mostrando toda a sua tensão e grandiosidade. Os cenários e planos abertos nos mostram perfeitamente o quão pequenos estamos ante os mistérios do Universo e da nossa própria natureza.
Mas o filme em si é que está causando uma grande discussão por todos os que assistem, desde seus aspectos cronológicos até religiosos!
Acalmo os mais ansiosos. Sim, Prometheus se passa no mesmo universo que a franquia Alien. Sim, ele é um prequel dos quatro filmes da série Alien. Sim, finalmente é revelado quem é o Space Jockey. Porém o filme responde 2 ou 3 dúvidas que haviam ao longo da franquia mas apresentam mais 4 ou 5 e isso não quer dizer que seja uma coisa boa.
O elenco é recheado de nomes em ascensão presentes em produções recentes. A protagonista do filme é a cientista Elizabeth Shaw, interpretada por Noomi Rapace, de uma forma forte, porém causa grande dúvida entre a crença religiosa (está sempre com um crucifixo) e a teoria intervencionista, que acredita que a vida surgiu por conta de um elemento externo. Ao seu lado tem seu marido Charlie Holloway, interpretado por Logan Marshall Green, que é um personagem que traz uma visão mais imparcial e sincera de tudo o que ocorre ao seu redor. Como anti-heroína temos a atriz Charlize Theron, no papel de Meridith Vickers, uma importante representante da empresa Weyland Corp. E que é a real chefe da missão. Talvez a melhor atuação seja do excelente Michael “Magneto” Fassbender, no papel do andróide David. Sempre misterioso, David é um andróide que sabe de sua situação mas que tem sua individualidade, agindo sempre por motivos desconhecidos pelo resto da tripulação. Incrível ver seus posicionamentos sobre o comportamento humano. Logo no início da projeção vemos que ele tem gostos individuais, sendo muito influenciado pelo imortal filme Lawrence da Arábia.
O início do filme temos contato com uma nova raça, chamada por Elizabeth Shaw de Arquitetos. Esses seres são os humanos primordiais, tem aspectos anatômicos idênticos ao nosso, são muito brancos e tem todos os músculos totalmente definidos. Eles usaram seu próprio DNA para causar a mutação que originou a raça humana na Terra. Usam como meio de transporte colossais naves interestelares em formato de U exatamente igual a vista no filme Alien e Aliens 2 – O Resgate.
O filme se passa a poucas décadas no futuro e nos é mostrado o momento em que a dra. Shaw e seu marido Logan Marshall Green localizam uma nova pintura que mostra diversas pessoas cultuando um humano bem maior que aponta um conjunto de estrelas. O que é mais importante é que os mesmos desenhos foram feitos também por diversas outras civilizações, que nunca tiveram contato em si e separadas por séculos.
A partir de então somos apresentados aos 17 tripulantes da Prometheus. Engraçado usarem exatamente esse número de passageiros, 10 a mais que o filme Alien, que foi o oitavo passageiro!
No filme temos contato com uma nova espécie de seres alienígenas, provavelmente num futuro e em uma possível continuação esses seres evoluam para os Xenomórficos cânones do cinema sci-fi. Assim como a própria nave Prometheus é mais limpa e sofisticada em contrapartida com a Nostromo, nave de mineração onde se passa o primeiro filme.
Os antagonistas também são uma novidade, diferentes dos que estávamos acostumados, mas ainda assim trazendo intrigantes similaridades. Tente refazer o ciclo de vida do Alien de Prometheus e tenha uma conclusão assustadora.
Um filme que deve ser assistido por todos, belo e enigmático, assim como a Lua LV 223, onde se passa a trama. E preparem-se para ter a cabeça inundada por dúvidas.
Agora que sabemos quem é o Space Jockey, fica uma das grandes dúvidas: quem era aquele Space Jockey de Alien – O oitavo passageiro e o que aconteceu com ele?????