Por que o Cinema Brasileiro será homenageado no Festival de Cannes?
Como temos noticiado constantemente no Cinem(ação) sobre produções brasileiras, já podemos deduzir que nosso mercado nacional esta cada vez maior e mais qualificado, mas não é só isso, o Cinema Brasileiro esta ganhando cada vez mais espaço na mídia internacional, e tem chamado atenção. Agora é a vez do Festival de Cannes, que começa hoje (16) homenagear nosso cinema.
O Brasil esta passando por um período muito bom no mercado cinematográfico, são cerca de 100 produções por ano, algo que nunca foi visto antes. “O cinema brasileiro vive um momento fértil e de muita diversidade. Estamos produzindo quase cem filmes por ano e ocupando uma parte importante de nosso mercado”, disse o cineasta Cacá Diegues em entrevista à AFP. Cacá alias, presidirá em Cannes o júri da ‘Camera D’Or’, prêmio destinado ao diretor revelação.
Tal alegria nacional se deve a vários fatores, entre eles a situação ecônomica estável, o crescimento do país como um todo, e a quantidade de profissionais que tem chegado ao mercado. segundo dados da estatal Ancine, as produções de filmes brasileiros saiu na última década de uma média de 30, em 2002, para dar um pulo recorde de 99 em 2011.
Esse momento do Cinema Brasileiro será registrado com uma homenagem na 65ª edição do Festival de Cannes, que será realizado entre 16 e 27 de maio. Apesar da homenagem o Brasil não terá longas-metragens em sua seção oficial, porém, estaremos presentes em com o documentário “A música segundo Tom Jobim” (2011), do cineasta Nelson Pereira dos Santos, de 84 anos, que já registramos aqui no Cinem(ação). Além do documentário, o Brasil também estará sendo representado por três curtas-metragens, duas co-produções e três filmes clássicos brasileiros. Na mostra oficial, o Brasil chama a atenção com “Na Estrada” (On the road), produção americana baseada no romance de Jack Kerouac – um clássico da literatura beatnik escrito em 1957. O filme é dirigido pelo brasileiro Walter Salles e filmado em estradas de Estados Unidos, Canadá e México.
Todo o sucesso do cinema nacional esta sendo analisado por vários especialistas, um deles é João Guilherme Barone, professor e pesquisador de cinema e indústria audiovisual da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Para o professor, o cinema brasileiro conseguiu, na última década, produzir mais, diversificar-se e nacionalizar grande parte da distribuição, que antes era dominada pelas empresas estrangeiras. “Entre 2004 a 2009, o número de distribuidoras passou a ser majoritariamente nacional, com um aumento de mais de 200%. Hoje 73% do cinema brasileiro é lançado por distribuidoras brasileiras”, afirmou.
O sucesso também chega as bilheterias, a arrecadação do cinema brasileiro fechou 2011 com 164 milhões de reais, após um recorde em 2010, quando sucessos de bilheteria como “Tropa de Elite 2” e “Nosso lar” ajudaram a arrecadar 222 milhões de reais.
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